Engajamento. Essa palavrinha de onze letras aparece com frequência em cenários corporativos e comerciais quando se fala sobre o público. Todos querem mais, todos buscam melhorar o seu, mas, afinal, o que essa palavra significa?
Em resumo, engajamento é a relação entre uma marca e seus consumidores ou uma instituição e seus colaboradores. É interação que se cria entre essa duas partes. Nos dias atuais, as marcas buscam engajar seu público através de diferentes técnicas, sejam elas voltadas para o meio online ou físico. No entanto, algumas ações podem tornar essa prática muito mais assertiva.
Para Alice Amigo, especialista em Trade Marketing e professora na Escola de Negócios IAG da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – Rio), uma das melhores formas de conquistar engajamento é explorar iniciativas que promovam experiências personalizadas aos consumidores.
Ivan Scarpelli, fundador e chief excavation office da Bloomers, consultoria de conhecimento para marcas, negócios e pessoas, ainda cita que um outro ponto importante é as corporações encontrarem um equilíbrio entre trabalho de marca, comunicação e performance.
“Uma organização deve saber fortalecer sua proposta de valor e diferenciar seus ativos a partir de um trabalho contínuo de branding e da estruturação de suas ofertas. Ao mesmo tempo, é preciso refletir como esta marca se comunica e para quem ela comunica”, complementa.
Engajamento nas redes
Na era da tecnologia, o engajamento, é uma necessidade nos canais digitais. Rafael Rez, fundador e CMO da Web Estratégica, explica que curtidas, comentários e compartilhamentos de posts nas redes sociais são formas concretas de engajar.
Entretanto, para conquistar essa interação, Alice Amigo comenta que é preciso que as marcas entreguem um material relevante, no qual se conecte com os seus próprios valores e com os interesses dos clientes.
“Não adianta a empresa fazer conteúdos focando apenas em se vender ou compartilhar alguma informação sobre si, se isso não fizer conexão com o que é esperado pelo consumidor”, finaliza Alice.
Engajamento fora das redes
Apesar do engajamento por meio das redes sociais garantir bons resultados finais, é necessário que as instituições também consigam realizar essa integração no mundo físico.
Rafael Rez expõe que alguns artifícios, como o investimento em um bom atendimento nos pontos de venda e o patrocínio de eventos e shows, são fundamentais para que as empresas consigam iniciar um relacionamento com os consumidores. “Nestes casos, o que conta é a experiência proporcionada pela marca e a lembrança que essa experiência gera no cliente”, conclui o especialista, autor do livro Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI.
Novas tecnologias vêm para auxiliar no engajamento
Quando falamos sobre engajamento, as novas tecnologias se tornam grandes aliadas. O 5G e o metaverso, por exemplo, podem ser considerados grandes artifícios na integração com os consumidores.
“A chegada do 5G possibilitou um aumento da largura de banda junto com uma maior mobilidade, gerando conexões instantâneas e com um maior volume de informação. Já o metaverso será um divisor de águas, pois irá permitir que o usuário vivencie muito mais do que o mundo real pode proporcionar, fazendo uma imersão total no conteúdo, produto ou serviço que a marca está oferecendo”, ilustra Patrícia Mota, gerente de Marketing e Trade Marketing da Pioneer do Brasil.
Tráfego orgânico e a conquista de um forte engajamento
Além de todos os tópicos citados, um outro ponto importante para a conquista do engajamento é o tráfego orgânico (conjunto de visitas ao site de maneira espontânea, ou seja, sem utilizar anúncios).
Um dos maiores benefícios desse tipo de tráfego para as marcas é, justamente, o fato dele não ser pago. De acordo com Rafael Rez, se as instituições dependessem apenas de mídias pagas, boa parte delas não conseguiriam fechar as contas.
Todavia, para garantir um bom engajamento através do tráfego orgânico, é necessário que as empresas implementem boas estratégias em seus materiais. “No caso de um e-commerce, isso implica, muitas vezes, em ter páginas de produtos bem executados em lojas virtuais. Descrições bem elaboradas, com palavras-chave relacionadas às buscas orgânicas do consumidor, por exemplo, ajudam a tornar o conteúdo mais relevante organicamente”, relata Alice Amigo.
Readaptações necessárias
De forma geral, além dos itens citados, para que as empresas conquistem um bom engajamento, é essencial que as mesmas realizem algumas readaptações básicas em suas estratégias (isso é claro, se já não tiverem realizado).
Para Patrícia Mota, esses ajustes se relacionam à revisão das taxas de engajamento, à definição de metas futuras, ao conhecimento mais aprofundado do público nas mídias sociais e aos diferentes testes de formatos e horários para as publicações de posts.
Além disso, Rafael Rez adverte que é necessário que as instituições trabalhem em uma nova relação de segurança com os consumidores. “O cliente quer respostas rápidas, posicionamento claro e senso de pertencimento. Se ele se sentir seguro ao interagir com a marca, confiar no que ela faz e se sentir parte de um grupo exclusivo, ele engajará mais”, justifica.
Ações que não devem ser adotadas
Tão importante quanto saber quais ações devem ser adotadas para garantir engajamento, é entender quais delas não devem ser utilizadas.
Heloísa Lima, diretora geral de Mídia e head de Intelligence da agência Africa, instrui as empresas a passarem longe de estratégias caça-cliques no meio digital (uso de termos sensacionalistas para atrair clientes). “Além de frustrar o seu público, existe o risco da sua página perder relevância nas plataformas devido a alguma denúncia”, exemplifica.
Alice Amigo complementa ao dizer que as corporações também não devem atuar com iniciativas que não sejam éticas ou verdadeiras. “Todas as tentativas de engajamento devem passar verdade e ser coerente com os valores e a essência da marca”, conclui.
“Consumidores mais engajados atuam como grandes embaixadores da marca. Eles vão defender, promover e trazer novos consumidores”, cita Alice Amigo.
Para Patrícia Mota, outras vantagens envolvem a humanização e o gerenciamento da reputação da marca, além do estabelecimento de uma conexão e comunicação assertiva com o público.
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