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Economia compartilhada: até onde vai essa divertida brincadeira?

Economia compartilhada: até onde vai essa divertida brincadeira?

Em entrevista exclusiva, Ivan S. Pinto, consultor de Branding e Comunicações de Marketing, fala sobre os caminhos indicados por essa tendência

Você trocaria DVDs durante um tempo com amigo? Ou daria carona para algumas pessoas, conhecidas ou não? É cada vez mais possível que a resposta seja sim. A Economia Compartilhada é uma tendência que se aplica a situações como essa populariza a vontade de investir em relações mais intensas entre indivíduos.

Para Ivan S. Pinto, consultor de Branding e Comunicações de Marketing e professor de Branding nos cursos de Atualização, na Pós-Graduação, e nos Cursos de Férias da ESPM-SP, a aproximação entre indivíduos e empresas deve ser cada vez maior. Além disso, ele ? que no início da carreira ocupou o cargo de executivo senior de contas da Lintas Brasil, na Ogilvy e na J. Walter Thompson ? defende que acredita que a busca por autonomia, ligada a essa tendência, é uma realidade.
Confira a entrevista exclusiva concedida à Consumidor Moderno:

 

Considerando o uso de serviços como Airbnb, Waze, Uber, Wikipedia e Easy Taxi, você acredita que a economia compartilhada é uma tendência?

Sim. Compartilhamento de serviços diretamente entre indivíduos me parece uma tendência que a sociedade vem aceitando cada vez mais. Já tive oportunidade de utilizar serviços como o Airbnb, e ? lógico ? uso com frequência a Wikipedia e o 99Taxis, concorrente do Easy Taxi e de outros semelhantes. O avanço ? melhor: a continuada revolução ? da tecnologia de processamento e comunicação de informações aproxima cada vez mais os indivíduos, não apenas de uma cidade, região ou país, mas do mundo todo. E torna fácil a oferta de serviços diretamente entre eles e elas, sem a intermediação de empresas. Azar de certos serviços das empresas de turismo, cooperativas de taxis…  

 

Como esses serviços podem influenciar o comportamento dos consumidores?

Já estão influenciando, e muito. E creio que a tendência é influenciar cada vez mais. Pensemos em outras revoluções que a tecnologia proporcionou ao processo de comunicação entre pessoas e ao de busca de informações. Os smartphones e tablets, que chegam a afetar o modo como parentes e amigos que estão fisicamente juntos, mas, continuam interligados, cada um por sua telinha, a outras pessoas à distância. Até pouco tempo, isso seria considerado ?falta de educação?, mas atualmente é um hábito mesmo entre os menos jovens. Além de influenciar as relações entre pessoas, porque passa a ser um fato social cada vez mais disseminado, influencia também fortemente as relações entre consumidores e empresas. Precisamos nos acostumar à mudança continuada.
 

A busca por autonomia é uma tendência que mudará o comportamento dos consumidores e empresas no futuro?

Acredito que sim. Como disse o Dr. Flávio Gikovate, numa entrevista ao Estadão, ?A sociedade está caminhando para o individualismo, e isso pode ser bom?. As empresas precisam se acostumar a esse ?isso?, refletir sobre o que significa para seu modo de ser, e pensar como será que esse futuro ? que já está aí ? afeta suas estratégias empresariais, seu branding ? gestão de marcas ? e seu marketing.

 

Serviços como Airbnb, Waze e Uber podem fazer com que os consumidores precisem cada vez menos das empresas?

Não diria que a coisa é tão radical. Afinal, cada um desses serviços é, também, um empreendimento. E tenho dúvidas se todos eles terão a mesma aceitação num futuro próximo. O Uber, por exemplo, o serviço de caronas que, em tese, diminui a quantidade de carros em circulação, pode não ser aceito com facilidade quando alguém se vê diante da possibilidade de ser levado num carro por um desconhecido. E não falo apenas de mulheres jovens em carros de homens adultos… Tendemos ainda a ser desconfiados.  

 

Qual pode ser o impacto desses serviços e produtos na economia formal do país? Como as empresas podem se adaptar a isso?

Sem ser um economista, creio que o impacto se restringirá à forma como se efetua a troca de valores. Indivíduos entre si, um tanto mais do que hoje; indivíduos com empresas, um tanto menos do que hoje. No entanto, não vejo que o crescimento dessa moda venha a ser tão drástico a ponto de propiciar reviravoltas econômicas, pelo menos num futuro previsível. As empresas de sucesso sempre se adaptam a mudanças: conhecendo e, melhor, compreendendo os consumidores (e compradores institucionais), através das formas cada vez mais elaboradas de pesquisa. As empresas não podem ficar ancoradas às suas tradições. Precisam evoluir, revitalizar-se, continuamente. Como disse Jack Welch, o vitorioso CEO da General Electric que aumentou em 4.000% o valor da empresa na sua gestão, ?Change or Die!? ? Mude ou Morra!

 

Os consumidores estão menos preocupados com a posse de objetos? Estão mais dispostos a dividir?

Acredito que, até certo ponto, isso possa ocorrer. Mas, creio que, à luz do que sabemos hoje sobre a cabeça e o coração das pessoas, essa divisão de, por exemplo, o uso de bens, tenha um limite muito forte. Não é incomum andar em grupo com amigos e amigas, no carro de algum ou alguma colega. Um ?Uber? amistoso… E não é tão incomum assim o compartilhamento de aparelhos complexos de som e de computação. Mas, não vejo o compartilhamento de produtos de beleza e higiene pessoal, ou de cuidados com o lar, daqueles que empresas com a Unilever e a P&G tanto dependem ? não, não empresto meu Dove, nem minha Gilette! E, como sabem os que conhecem branding razoavelmente bem, objetos com marcas distintivas além de satisfazer necessidades, muito mais do que isso, são percebidas pelos seus usuários como comunicadores da sua identidade ? seja a real, seja a aspirada ? esses são meus, ou melhor, esses sou eu!

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