Em tempos de mudança acelerada da relação das pessoas com o espaço urbano, é importante entender como revitalizar bairros e reintegrar comunidades para proporcionar mais qualidade de vida e novos momentos de consumo.
A delegação Oásis Lab, com o apoio da Consumidor Moderno, está em Lisboa para acompanhar e fazer a curadoria de conteúdo do Web Summit, maior evento de Tecnologia e Transformação Digital do mundo.
É de Lisboa que conhecemos lições inspiradoras sobre essa nova relação das pessoas com o espaço urbano que se conectam à procura de experiências de consumo mais gratificantes e enriquecedoras.
Isso significa repensar bairros que conheceram períodos de grande afluência e influência em uma era industrial, superada por mudanças demográficas e econômicas. Logo depois do auge, no entanto, várias paisagens urbanas conheceram a obsolescência e o abandono.
Essa consequência é facilmente percebida nas metrópoles brasileiras. Não são poucos os bairros em estado de abandono, que hoje abrigam cortiços, negócios decadentes, que são símbolos da degradação urbana em nosso país.
Em Lisboa pudemos verificar o oposto, bairros revitalizados como Alcântara, Santo Amaro e a área do Cais do Sodré e outros espaços absolutamente notáveis, como o Hub Criativo do Beato e a LX Factory.
Uma assinatura de autenticidade em CX
Mistos de espaços públicos, centros de convivência, espaços de gastronomia, cultura e negócios, proposituras de magníficas jornadas e CX, são símbolos de revitalização e reenergização de áreas urbanas residenciais em Lisboa.
A ideia é trazer pequenos produtores, artesãos, artistas, empreendedores e profissionais da economia criativa lusitana para apoiar suas atividades e gerar negócios, ao mesmo tempo em que criam constantemente novidades para a comunidade.
Esses ambientes multifatoriais e multiatrativos ganham força expressiva e sensorial, estimulando novos empreendimentos no entorno
A concepção desses empreendimentos é partir de instalações antiquadas e abandonadas que, por meio de parcerias público-privadas, ganham nova vida e propósito, conectando talentos e atraem pessoas de outras áreas da cidade e, mais importante, turistas em busca de ambientes que tragam uma assinatura de autenticidade.
Esses ambientes multifatoriais e multiatrativos ganham força expressiva e sensorial, estimulando novos empreendimentos no entorno. A experiência do LX Factory e do Hub do Beato, por exemplo, ajudam a criar polos de desenvolvimento com escritórios comerciais que se moldam a partir desses espaços, evolutivos, orgânicos e adaptáveis.
No início, o ambiente parece “outsider”, mas na verdade são locais que se alteram preservando em sua essência um DNA particular, que tem plasticidade para ser relevante a qualquer público, de forma inclusiva, democrática e aberta.
Confira a maior análise já feita sobre a maturidade do CX Made In Brazil
Espaço urbano e CX Made In Brazil
Claro que pensamos o que impede o Brasil e nossas cidades de aprender com estes exemplos marcantes de reinvenção e renovação. Lisboa mostra que ao dar lugar e condições para pequenos empreendedores, com colaboração do poder público e do capital privado, um novo tipo de varejo ganhe evidência e funciona como um laboratório para grandes marcas.
Toda essa concepção e esses insights foram apresentados brilhantemente por Júlio Takano, um dos grandes especialistas em arquitetura de varejo do Brasil, e estudioso de olhar aguçado das manifestações criativas dos espaços urbanos.
Ao mesmo tempo em que nos encantamos com essa face criativa que pulsa em cidades como Lisboa, com essa disposição para a recuperação e revitalização urbana, olhamos com tristeza para regiões como o centro de São Paulo, que poderia trazer experiências exuberantes como essas se houvesse algo além de disputas por espaço, poder e grana.
Vale destacar que essa concepção inovadora de cidade, que recupera, renova, reimagina e cria, mantendo essências e personalidades é uma ideia poderosa para inspirar empresas sempre às voltas com os dilemas de repensar negócios diante de mutações em série.
Uma parte desse aprendizado está conectada, intencionalmente, com projetos de urbanidade. As empresas são parte do processo de reconstrução de áreas históricas, pois elas permitem a formação de vínculos sólidos com consumidores e influenciadores.
As lições de Lisboa e de outras cidades, particularmente as europeias, em busca do resgate da sua essência, com um olhar para o futuro, indicam um caminho mais virtuoso para o mercado.
Imaginemos essas ideias e iniciativas combinadas com a força do CX Made in Brazil. Podemos vislumbrar não apenas uma nova paisagem para locais abandonados nas cidades brasileiras, mas, uma ideia poderosa de um país mais generoso, empreendedor e com mais oportunidades.
*A cobertura do Web Summit é uma parceria da Consumidor Moderno com Oásis Lab.
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