Tech

O consumidor exponencial

Enquanto o maior banco do Brasil celebra seus 100 anos, o segundo maior comemora o feito com apenas 10! 

Esse caso ilustra bem a base de todo pensamento sobre o qual é construída a filosofia da SingularityU, a icônica escola do Vale do Silício anteriormente baseada no centro de pesquisas da NASA.

Estou aqui no Vale para o treinamento The Future of AI, a primeira edição da escola focada somente em Inteligência Artificial, e neste primeiro dia o grande assunto foi essa velocidade quase inconcebível da Revolução da IA. E este conceito é a base para o seu sucesso no futuro.

A Lei dos Retornos Acelerados

Há muitos anos, o autor, inventor e futurista Ray Kurzweil em seu trabalho seminal e que dá título à escola “A Singularidade Está Próxima” nos apresentou a ideia desta lei. O conceito é simples mas difícil de conceber: a potência dos computadores estão crescendo há um ritmo exponencial. Se tudo que fazemos usa uma base de computador para ser criado ou para funcionar, logo computadores mais potentes criam coisas ainda mais potentes. Um ciclo de desenvolvimento exponencial em cima de desenvolvimento exponencial.

A título de ilustração, quando estava cursando Engenharia de Telecomunicações lá em 2006, tive uma aula sobre fibra ótica. Na época, nosso professor falava com orgulho que tínhamos alcançado 4Mbps de velocidade em um fio de fibra ótica. Hoje, um sistema de transmissão de dados empresarial consegue trafegar 100Gbps por fibra (25.000x mais)! Computadores mais potentes criando tecnologias de transmissão de dados mais potentes!

A Era Cloud Mobile

O último período de aceleração tecnológica, impulsionada pela adoção dos smartphones e o crescimento da nuvem, permitiu que vivêssemos uma verdadeira revolução no CX. O que chamávamos de online de repente estava inundado de diferentes canais com diferentes públicos e objetivos. A marca que antes tinha uma voz unidirecional, agora precisava se adaptar à uma Era de Diálogo, e o mais difícil de forma omnicanal.

Nesta Era, novos modelos de negócio surgiram – como as plataformas e marketplaces – a velocidade de acesso à produtos e experiências reduziu exponencialmente, e a democratização destas tecnologias impulsionou o crescimento exponencial de um novo público à economia.

O consumidor AI-powered

O que muda da revolução anterior é o efeito ainda mais democrático da Inteligência Artificial. Há poucos anos, era completamente proibitivo para qualquer um criar um sistema de Inteligência Artificial. Hoje, com $20/mês você pode treinar o ChatGPT para tornar-se “sua própria IA”.

O risco da nossa falta de percepção ou ação diante da Lei dos Retornos Acelerados é o impacto transversal da tecnologia em segmentos antes não pensados. O professor Hod Lipson usou hoje como exemplo o caso da Tesla, que se comporta muito mais como uma empresa de software do que como uma fabricante de carros, com recursos sendo atualizados através de alterações do veículo.

Na revolução Cloud Mobile vimos a ascensão da Creator Economy, um novo desafio para marcas, um concorrente nunca antes visto competindo pela atenção dos seus clientes. O melhor caminho para as marcas foi abraçar o conceito e gerar um relacionamento com estes influenciadores. 

Agora o desafio é o impacto transversal da IA em todos os segmentos, por exemplo, as lojas sem caixa da Amazon (recentemente envolvidas em uma polêmica) geram receita também através da venda de dados das suas câmeras para os anunciantes gerarem anúncios com mensagens personalizadas, baseadas nas interações do cliente dentro da loja.

Hoje, na plataforma Character.ai existem mais de 450 terapeutas IA! Quem diria, uma empresa de Inteligência Artificial causando transtorno ao mercado de saúde mental.

Perceba que, nesta nova Era, você não está somente competindo com outras marcas ou pela atenção do seu cliente com outros canais e influenciadores, mas competindo com seu próprio consumidor que, com poucos cliques, pode criar a disrupção do seu negócio.

Brasil x Alemanha

Neste primeiro dia, o que mais me chamou atenção foi perceber que não tenho memória nenhuma sobre algo relevante relacionado à IA no ano de 2014. A única coisa que me vem à mente foi o fatídico 7×1.

Dez anos depois, não paramos de falar de IA pelos últimos 2 anos e, considerando a Lei dos Retornos Acelerados, estamos vivendo uma das piores fases destas tecnologias.

Imagine como será em 2034! 

*Harold Schultz é Chief AI Officer da MakeOne e sócio do MakeOne lab.

Harold Schultz

Postagens recentes

Serasa Experian aponta estratégias para gestão de carteira de crédito

A adoção de metodologias robustas e inovações tecnológicas é essencial para a avaliação de risco…

3 dias atrás

Na FTD Educação IA é bem-vinda, mas não prescinde do humano

Prezando pela qualidade de suas entregas, entenda como a FTD Educação, uma das ganhadoras do…

3 dias atrás

O segredo da BLACK+DECKER para um CX de sucesso

A empresa tem redefinido os padrões de Customer Experience ao priorizar a inovação, o feedback…

3 dias atrás

IA é a principal prioridade para CIOs, mas organizações não estão preparadas

O terceiro relatório anual global do CIO da Lenovo revela a IA como a prioridade…

3 dias atrás

Desenrola: prazo para pessoa física termina 20/5

"Programa Desenrola chega ao fim: brasileiros têm até próxima segunda para renegociar dívidas e aproveitar…

3 dias atrás

Geração de empregos impulsiona adesão a planos de saúde

Setor de planos de saúde no Brasil cresce impulsionado pela geração de empregos, mas enfrenta…

3 dias atrás

Esse website utiliza cookies.

Mais informação