A Covid-19 trouxe mudanças significativas em vários setores da nossa vida, principalmente nos hábitos e na prioridade do cuidado com a saúde.
A verdade é que o brasileiro sentiu a urgência de cuidar de si.
Em resposta a essa nova realidade, a indústria de alimentos tem focado cada vez mais no bem-estar como uma estratégia de crescimento dos seus negócios.
Um estudo global realizado pela Mondelez International, uma das empresas que estão investindo fortemente nesse escopo para entender o consumidor e suas ocasiões de consumo, aponta nessa direção.
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Chamado “State of Snacking” e publicado anualmente, é um relatório que aborda tendências de consumo e examina como os consumidores tomam suas decisões envolvendo snacks.
De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados do Brasil passaram a dar mais atenção à saúde durante a pandemia.
Um contingente ainda maior de pessoas – 74% dos respondentes – coloca agora o bem-estar como uma prioridade em relação a três anos atrás.
A saúde mental também se tornou, após a chegada do coronavírus, uma preocupação primordial para 93% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa.
Não à toa, somos o segundo país em número de influenciadores de bem-estar em todo o mundo.
É interessante notar que essas mudanças de paradigma se refletiram na alimentação, com um aumento das conversas sobre saúde integral e uma diminuição nos tópicos relacionados ao universo fitness.
No fim do dia, o consumidor de bem-estar adota quatro padrões comportamentais:
- Indulgência permissiva: consumir snacks indulgentes com receitas mais permissivas, em tamanho controlado;
- Melhor para você: optar por snacks que atendam às necessidades de dietas específicas, como produtos sem glúten ou sem lactose;
- Autêntico, natural e simples: procurar snacks naturais e integrais, com uma lista simples e curta de ingredientes;
- Nutrição funcional: buscar snacks que ofereçam funcionalidades adicionais, como proteção do corpo e da mente.
Em linhas gerais, esses pilares se referem às ocasiões de consumo de snack.
O que significa dizer que todos nós podemos transitar livremente entre eles!
Mergulhando mais no estudo, os dados da Mondelez revelam que 73% dos entrevistados procuram snacks personalizados conforme suas necessidades de saúde.
E tem mais: 74% vão atrás de snacks em porções controladas.
É muita gente!
Segundo dados públicos de mercado, o consumo de snacks saudáveis já chega a R$ 13 bilhões no Brasil.
E a expectativa de crescimento desse segmento se dá na proporção de 1,4 seu tamanho atual.
E é por esse motivo que é preciso um amplo portfólio de escolha para os diferentes momentos de consumo.
Outro movimento necessário: o consumidor deve ser colocado sempre no centro da tomada de decisões.
Afinal, em pleno ano de 2023, compreender o comportamento do consumidor tornou-se indispensável para as marcas.
O documento da Mondelez traz ainda desafios econômicos atuais que influenciam as escolhas alimentares no planeta inteiro.
Em sua última edição, identificamos que os consumidores anseiam por equilíbrio na vida e poder de escolha de forma consciente.
Bem-estar agora é consciência, não mais uma tendência.
Trata-se de uma mudança bastante positiva. Ela mostra que as pessoas estão cada vez mais preocupadas tanto com o físico quanto com o mental.
Nas últimas três décadas, o tema “bem-estar” expandiu significados: nos anos 2000, época do boom das dietas e das academias como pontos de encontro, era sinônimo de funcional, body fitness, corpo magro padrão e boa forma.
Nos anos de 2010, quando o mundo começava a romper com a restrição dos padrões e clamava por mais representatividade e a norma era estar bem consigo mesmo, representava body positive e autoamor.
Já agora, na década de 2020, ocorre a ressignificação do conceito e uma maior conexão com a natureza. O foco migra, então, para o multifatorial (físico, mental, emocional e espiritual) e a liberdade.
Como exemplo tangível dessa comparação, dentro do portfólio da Mondelez, a marca Belvita passou por uma reformulação significativa para atender às expectativas e desejos dos consumidores de bem-estar.
Pelo menos 66% de sua composição passou a contar com cereais integrais, além de ser fonte de fibras e cálcio e não ter farinha de trigo refinada na formulação.
Como se nota, é importante que as empresas de alimentos respondam a essa demanda oferecendo opções mais saudáveis e conscientes.
Isso não significa que elas precisam deixar de lado o sabor e a indulgência.
Pelo contrário: as corporações podem encontrar maneiras de combinar esses dois elementos, criando produtos que sejam bons para a saúde e, ao mesmo tempo, saborosos.
Acredito, portanto, que esse cenário que se apresenta é uma enorme oportunidade para as companhias se diferenciarem da concorrência e conquistarem novos consumidores.
Porque essa é uma realidade que veio para ficar.
*Tati Gracia é gerontóloga e Head of Growth da Mondelez Internacional
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