A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulgou na manhã desta quinta, 19, em coletiva realizada em sua sede, em São Paulo, seu balanço referente a 2022 e as perspectivas para a economia e varejo em 2023.
O evento contou com comentários dos economistas do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV / ACSP) e do presidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto.
De acordo com o Balanço de Vendas, indicador elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), a movimentação no varejo da capital paulista avançou 7,7% no segundo semestre do ano passado sob o mesmo período de 2021. A comparação com o primeiro semestre do ano passado com o ano anterior não foi possível em razão das medidas restritivas que o comércio foi submetido.
A visão dos economistas IEGV/ACSP
Nos cálculos feitos pelos economistas do IEGV com base em amostra da Boa Vista, houve retração de 2,4% comparando todo o período do ano passado com o ano de 2019, período pré-pandemia.
A avaliação do instituto de economia é que o crescimento no segundo semestre foi impulsionado pelos programas de transferência de renda do governo federal, aumento do emprego e pela recuperação da confiança dos consumidores.
Cenário de incertezas para o economista-chefe da ACSP
A expectativa dos economistas da Associação Comercial de São Paulo para o setor este ano é de crescimento modesto devido à taxa de juros. Além disso, outros fatores influenciarão, endividamento das famílias, taxa de juros, inflação e alta nos preços poderão ser os vilãs em 2023.
Para o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, 2023 não será um ano fácil. “Vai depender dos preços dos produtos agrícolas e do nível de consumo. Será um ano difícil também pela maior taxa de juros e do nível de endividamento das famílias”, avaliou Solimeo.
Segundo o economista, uma série de fatores impactaram nossa retomada econômica em 2022. “Pandemia, a crise do petróleo, a guerra da Ucrânia e outros acontecimentos globais afetaram bastante o desempenho da economia no mundo e no Brasil – que apesar de uma leve recuperação no final de 2022, não foi das melhores”, diz.
No entanto, Solimeo entende que a exemplo do que ocorreu no ano passado, a injeção de recursos extras pelo governo federal, por meio de programas sociais, pode ajudar a manter o ritmo de consumo das famílias em 2023. “Mas o cenário ainda é de incertezas”, pontua.
Perspectivas para 2023, segundo o presidente da AECSP
Sobre as perspectivas para 2023, o presidente da ACSP, Alfredo Cotait Neto, demonstrou otimismo, porém, uma certa apreensão e cobrou mais clareza do novo governo.
“Somos uma entidade sem vínculo com nenhuma estância do governo. Somos empresários otimistas. No entanto, estamos esperando que o novo governo apresente um plano econômico mais claro para que possamos direcionar nossas ações e investimentos”, disse Cotait.
“Por exemplo, se o governo primeiramente buscasse uma reforma administrativa para saber qual o tamanho do Estado que queremos, eu tenho certeza de que essa seria uma sinalização positiva e, aí sim, os empreendedores brasileiros estariam mais confiantes de como realmente o governo pretende conduzir a economia do país daqui pra frente”, frisou o presidente da ACSP.
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