A evolução acelerada de tecnologias e o rumo de negócios e sociedades a partir desse impacto não é mais uma discussão de futuro, mas do presente. As implicações dessa jornada sobre empresas e pessoas se tornaram foco de inúmeras análises hoje. Prova disso é o resultado do estudo Accenture Technology Vision 2023, que traz um olhar muito objetivo para todo esse cenário.
Intitulado “When Atoms Meet Bits: The Foundations of Our New Reality”, o estudo da Accenture explora as tendências tecnológicas que constroem a base dessa convergência do físico e do digital, em um momento no qual as organizações buscam acelerar a adaptação a um novo cenário.
De acordo com o estudo, nove entre dez líderes no mundo dos negócios acreditam que a tecnologia faz parte de uma liderança de mercado atual e que ela traz uma grande diferenciação de mercado. Mas como essa liderança se estabelece? Segundo os analistas da Accenture, essa capacidade está além da criação de produtos e serviços digitais impactantes. Está num olhar para um ecossistema maior, muito mais conectado e em constante mudança.
“Hoje, a experiência tem, com o apoio de novas tecnologias, uma ponte para que nos conectemos com o nosso cotidiano e com o modelo de vida que escolhemos”, diz Flávia Picolo, líder da Accenture Technology para América Latina. É o que a Accenture denomina como “Life Centricity”, ou seja, a orquestração de soluções em torno da vida do consumidor. Uma construção por meio de tecnologias que agregam mais informações e conhecimento do próprio consumidor – e para ele – e, consequentemente, um conhecimento valioso para as empresas.
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- 98% dos líderes acreditam que modelos básicos de IA serão importante nas estratégias de suas organizações nos próximos três a cinco anos
- 40% de todas as horas de trabalho poderão ser apoiadas ou aumentadas pelo uso da IA generativa
- 75% acreditam que o “Big Bang” da ciência e tecnologia poderá começar a desvendar os grandes desafios do mundo
Quando átomos e bits se encontram
A ascensão meteórica do ChatGPT não ficou de fora dessa análise onde “átomos e bits se encontram”. A tecnologia que capturou a atenção de todos nós sobre o poder da Inteligência Artificial generativa é, sem dúvida, um marco desse interesse e avanço do encontro do digital com o humano na sociedade moderna.
Na análise da Accenture, estima-se, por exemplo, que até 40% de todas as horas de trabalho poderão ser apoiadas ou aumentadas pelo uso da IA generativa. Para a maioria dos líderes empresariais entrevistados pelo estudo (98%) os modelos básicos de IA desempenharão um papel importante nas estratégias de suas organizações nos próximos três a cinco anos.
Muito embora a IA generativa deva demonstrar seu impacto em larga escala no longo prazo, já que exige investimentos significativos em diversas frentes, é evidente que ela já traça um novo processo de entendimento de como serão as relações de líderes, consumidores e sociedade com o seu potencial. Nesse caminho, o estudo Technology Vision 2023 da Accenture aponta quatro tendências que são essenciais para desvendar essa nova realidade digital mais inteligente e compartilhada. Confira.
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- Meus dados, seus dados, nossos dados
A IA não pode atingir todo o seu potencial até que as empresas descubram os dados. Isso significa quebrar os silos de dados e modernizar suas bases de dados. Na verdade, 90% dos executivos acreditam que os dados estão se tornando um importante diferencial competitivo dentro das organizações e em todos os setores.
“Dado é o novo urânio”, frisa Vanessa Fonseca Líder da Accenture Security Brasil. Para a especialista, a segurança dos dados é ponto crítico nesse avanço para incremento dos negócios, não apenas no impacto de receitas, mas, especialmente, na entrega de uma infraestrutura confiável para os consumidores.
- Identidade digital
A capacidade de autenticar usuários e ativos digitais – ou seja, a base para atravessar os mundos digital e físico, já é vista por 85% dos executivos pesquisados no estudo como um “imperativo estratégico de negócios” e não apenas mais uma questão técnica. Para Vitor Lima, Líder do Liquid Studio para América Latina e Tech Sustainability da Accenture, “é evidente que existe uma complexidade enorme nesse tema, para que essa conectividade seja clara e habilitada, mas, essa tendência é essencial para os negócios e para a sociedade do futuro”.
- IA generativa
Quase todos os executivos pesquisados concordam que a IA generativa estimulará criatividade e inovação significativas (98%), e dará início a uma nova era de inteligência empresarial (95%). Veja um exemplo de eficiência em compras com o uso da IA generativa apresentado no estudo da Accenture: Usando técnicas de IA generativa, uma empresa do setor siderúrgico está antecipando benefícios da implantação de seu sistema de compras com SAP Ariba. A agente virtual chamada GenIA pode responder de forma precisa, após apenas duas semanas de treinamento, a perguntas complexas sobre delegação e ordens de serviço e exceções de processos.
Vale mencionar que de acordo com o IDC, essas tecnologias atingiram um mercado de 30 bilhões de dólares até 2027. Segundo Daniel Lazaro, Líder do Liquid Studio para América Latina e Tech Sustainability Líder de Data&AI para Growth Markets da Accenture, “essa nova era para as empresas exige também um esforço muito grande para esse potencial e uso de forma ética e produtiva, onde as novas tecnologias deve ser entendidas para ‘copilotar’ as capacidades humanas”.
- Nossa fronteira eterna
As respostas entre as interações de ciência e tecnologia estão ficando mais claras e rápidas. Uma troca onde cada uma acelera o avanço da outra. O estudo aponta que que 75% dos entrevistados acreditam que esse “Big Bang” da ciência e tecnologia poderá começar a desvendar os grandes desafios do mundo. Daniel Franulovic, Líder do Accenture Metaverse Continuum Business Group para América Latina, diz que essa união “agiliza muito o processo de pesquisas e buscas nas mais diversas áreas”, e as empresas “precisam começar a lidar com essa nova realidade que vem avançando gradativamente”.
Digital e a responsabilidade nos negócios
Em última análise, os especialistas da Accenture avaliam que mesmo diante desses avanços apontados nos estudos particularmente as empresas brasileiras ainda estão “tímidas” sobre investimentos para acelerar todo esse ecossistema digital. No entanto, elas não descartam tal necessidade para a sobrevivência de seus negócios.
Já sobre a questão da segurança, ponto sensível e atual nesse contexto, essa característica esbarra no entendimento de que segurança digital não é só mais um tema técnico agora. Essa governança atenta exige muito amadurecimento das empresas, avaliam os especialistas. Como bem pontua Flávia Picolo, Líder da Accenture Technology para América Latina: “as empresas precisam entender que nessa era de dados e de convergência do físico e do digital, segurança não pode estar mais desvencilhada das responsabilidades dos negócios daqui para frente”.
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