Os padrões de beleza passaram por várias mudanças ao longo dos séculos, e de forma ainda mais acelerada nas últimas décadas. A arte renascentista é um exemplo dessa mudança de percepção. As pinturas mostram mulheres com seios grandes, quadril e ombros largos. Já no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, o corpo magro se tornou tendência. As modelos que estampavam capas de revistas e campanhas publicitárias se tornaram responsáveis pela mudança no padrão de beleza.
Apesar do surgimento de um debate sobre body positivity, a valorização do corpo magro continua. No mesmo sentido, a indústria da estética está se tornando uma das mais relevantes do mundo e procurada por cada vez mais por pessoas que querem alcançar o novo padrão.
De acordo com uma pesquisa do Grand View Reserch, o mercado global de medicina estética estava avaliado em US $ 99,1 bilhões em 2021. A estimativa é que, entre 2022 e 2030 haja um crescimento de 14,5%.
No Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2022, houve um aumento de 390% na procura por procedimentos estéticos em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram publicados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Das 1.218 pessoas entrevistadas, 80% já passaram por intervenções estéticas. Dos ouvidos pela pesquisa, 56% são mulheres com idade entre 24 e 48 anos.
Brasil se destaca como consumidor do mercado da beleza e estética
Por dois anos seguidos o Brasil liderou o ranking mundial de cirurgias plásticas, de acordo com uma pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), organização que reúne dados de 110 países. Por aqui, foram realizadas 13,1% de todos as intervenções cirúrgicas com finalidade estética no ano de 2019. Ao todo, foram mais de 11,3 milhões de procedimentos. 58% dos pacientes fizeram cirurgias plásticas antes dos 30 anos de idade.
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Como o brasileiro se vê diante das tendências da beleza e estética?
Um estudo mais recente da Opinion Box: Pesquisa Beleza, saúde e bem-estar, publicado em janeiro de 2023, entrevistou 2.114 pessoas para saber como elas se enxergam diante do mercado da beleza e estética. Os entrevistados tinham idades a partir dos 16 anos, sendo 51% mulheres e 49% homens.
Dos ouvidos pela pesquisa, 51% afirmaram que a felicidade tem relação com a aparência física. Enquanto 15% das mulheres dizem ter baixa autoestima, os homens são menos afetados e só 11% do público masculino está insatisfeito com a própria aparência. Sobre se considerarem dentro dos padrões de beleza, 27% das interrogadas se acham distante do que é determinado pelos atuais padrões, contra 18% dos homens.
Você faria um procedimento estético?
Dos entrevistados, 19% já fizeram algum procedimento estético de longa duração ou permanente. Dos 81% que não passaram por intervenções, 42% fariam alguma mudança no corpo, contra 36% que não sentem essa vontade.
A maioria dos que afirmaram terem feito alguma mudança por fins estéticos, 31%, tem entre 18 e 24 anos. 10% do público que já fez um procedimento estético tem menos de 18 anos; 17% têm idades entre 25 e 29; 13% estão entre os 40 e 49 anos. Por último, representando 7% dos entrevistados que fizeram uma intervenção em prol da beleza, estão as pessoas com mais de 50 anos.
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Como os padrões de beleza podem impactar a vida das pessoas?
O peso está entre uma das percepções criadas em torno da beleza, seja abaixo ou acima dele. Dos entrevistados, apenas 43% se dizem estar dentro do ideal. A relação com a balança é mais sentida por mulheres, principalmente as que têm entre 30 e 49 anos. 53% delas se consideram acima do peso.
Diante desse cenário, o comportamento pode ser diretamente afetado por aqueles que consideram não se encaixar nos novos padrões de beleza. Normalidades do cotidiano sofrem impacto de direto, como passar por dificuldade ao encontrar uma roupa ideal para o corpo, problema enfrentado por 42% dos entrevistados. Ir à praia foi um hábito que 46% abdicaram. A alimentação também é uma área afetada, uma vez que 29% dos ouvidos pela pesquisa passaram por distúrbios alimentares.
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