“A cultura come a estratégia no café da manhã”.
A famosa frase dita pelo escritor Peter Drucker e um dos grandes pensadores quando o assunto é business diz muito sobre a importância da cultura no processo de Transformação Digital de qualquer empresa. Afinal, mais do que implementar uma nova tecnologia na rotina, uma mudança como essa envolve muito mais do que uma simples ferramenta. Estamos falando de pessoas e, claro, processos, dois fatores determinantes para que essa estratégia cumpra seus objetivos.
É importante ressaltar o cuidado para que a Transformação Digital não caia na moda e acabe se tornando apenas uma expressão que engloba tudo e ao mesmo tempo não significa nada. Ela tem um objetivo e um propósito, envolve pessoas, diferentes camadas e precisa dar certo.
Qual é a visão do mercado brasileiro?
Segundo relatório do MIT Technology Review, 45,7% das empresas brasileiras já estão implementando uma estratégia de Transformação Digital, enquanto 30,5% estão atualmente desenvolvendo uma estratégia e apenas 1,9% dos entrevistados não possuem planos para a TD.
Quando falamos em investimentos, 62,5% das empresas pretendem dispor entre 10% e 30% do faturamento de 2021 em Transformação Digital, enquanto 16,3% usarão entre 30% e 50%. Apenas 9,6% disseram que não pretendem investir neste ano, ainda de acordo com o estudo.
Mas o que é Transformação Digital, afinal?
Cloud Computing, uso de CRM, um ERP que organize todas as informações, adotou algum tipo de Inteligência Artificial na sua análise de dados? Ou será que essas empresas simplesmente passaram a usar plataformas como o Workspace e a fazer reuniões em uma plataforma como o Meet?
Se o objetivo é transformar digitalmente a empresa, então é fundamental alinhar toda a cultura organizacional para que a estratégia funcione. Como, por exemplo:
- Liderança: para que a Transformação Digital aconteça de verdade é fundamental o suporte ativo dos líderes durante a jornada. O suporte top down precisa ir além dos C-Level ou Founders e chegar a gerentes,
supervisores e coordenadores até atingir as pessoas que atuam no operacional ou linha de frente dos projetos. - Integração entre as áreas: organizações digitais precisam aprender a viver sem silos. Isso quer dizer que as equipes devem ser multifuncionais e se organizarem com autonomia para obterem os melhores resultados. São os squads, modelo adotado por cerca de 70% das empresas que afirmaram já ter começado iniciativas de Transformação Digital, segundo o relatório do MIT, e já tem funcionado há algum tempo nos modelos da Netflix, do Spotify e de outras grandes companhias que começaram como startups.
- Processos: o terceiro ponto são os processos. A mudança não vai surgir no futuro, ela será palpável e vai fazer parte do dia a dia de todas as pessoas envolvidas no projeto. Novas ferramentas, novos processos e diferentes formas de trabalhar. Saber como manter essa equipe motivada e fazer com que ela execute e viva a transformação todos os dias é fundamental.
Cultura, modelos de trabalho, liderança…
Isso nos leva a concluir que a Transformação Digital é sobre pessoas, não sobre tecnologia. Parafraseando a Anh Phillips, CEO do Programa de Pesquisas da Deloitte US.
“As pessoas querem, continuam a aprender e ser parte de algo novo e excitante, onde podem ver o impacto do que estão fazendo. No coração de cada organização está o seu pessoal. Tecnologia é uma ferramenta incrível e capacitadora, mas, ultimamente, são pessoas que estão trazendo visão, criatividade, inovação e mudanças para as organizações”.
Você viu que quando o assunto é Transformação Digital, a discussão vai muito além de ferramentas. Se você não se sente preparado e pensa em desistir, a dica é repensar essa estratégia e preparar-se para o que vem pela frente. Afinal, se você não passar por ela, saiba que os seus concorrentes já estão preparando essa mudança.
Agora, se esse artigo lhe deu ainda mais incentivo para esse primeiro passo, procure um especialista ou um parceiro que tem experiência no assunto. Esse apoio pode fazer toda diferença, tornando todo processo de adaptação muito fácil.
Errou? Corrige! Não deu certo? Pivota!
O importante é iniciar e o resto a gente ajusta no caminho.
*Murilo Rezende é conteudista da Circle Aceleradora.
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