O valor da governança na empresa familiar
- Por Luis Lobão
- 3 min leitura
O que pode sustentar o crescimento da empresa em longo prazo é o sistema de Governança Corporativa para a alta administração. Discussões sobre práticas de governança têm como ponto central o conflito de interesses que surge da dissociação entre a propriedade e o efetivo controle através da administração, chamado de problema de agência. No Brasil, a análise desse conflito leva em consideração um mercado com grande quantidade de companhias com controle societário bem-definido, muitas das quais com controle familiar.
O fato é que as empresas precisam necessariamente estar ou se tornar mais ágeis e adaptativas perante as novas realidades atuais e futuras, seja por meio de novos hábitos de higiene, seja por saúde, processos fabris, mas também financeiros, como, por exemplo, na gestão do caixa e na análise de investimentos. Essas mudanças geram pressão por cumprimento de metas, aumento da responsabilidade, estresse e desafios dentro das empresas. Outro pronto importante será o de aumentar o grau de resiliência organizacional. A resiliência é um conceito originário da física e significa a capacidade que alguns materiais têm de voltar ao seu estado original sem deformação após serem submetidos à pressão.
São esses dilemas e contradições que vêm desafiando a alta gestão e os conselhos empresariais. A criação de valor passa por uma conscientização desta necessidade, de olhar para o futuro e tentar capturar oportunidades para os seus negócios, antes que se tornem óbvias demais.
Agora, parece haver uma maior sensibilidade empresarial em relação à necessidade de manter a integridade física, psicológica e econômica: pensar também no coletivo. Os donos do dinheiro já vêm com esta bandeira e querem empresas mais éticas e responsáveis – este interesse do investidor atualmente muda o jogo!
Os números não mentem, mas, às vezes, não sentem de imediato esta mudança, e este gap entre o passado e o futuro é o novo desafio dos conselhos e conselheiros. Essa sensibilidade precisa ser traduzida em uma completa reformulação das formas de tomada de decisão, da arquitetura empresarial da alta gestão e até mesmo de questões de formato, práticas e cadências de controle. A criação de valor passa por uma conscientização desta necessidade.
O consumidor prepara-se para mais uma evolução, que afeta na veia o futuro das organizações: do consumidor ativo para o consumidor ativista. Um modelo de governança se ajusta à realidade de cada empresa e é um processo evolutivo, merecendo avaliação contínua e proposta de evolução. O melhor momento para investir na criação de um sistema de governança é justamente nos períodos de crise. Se sua empresa está vivenciando este cenário, mãos à obra! É hora de começar a estruturar a governança que cria valor.
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