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Os impactos da telemedicina e o que esperar no pós-pandemia

Os impactos da telemedicina e o que esperar no pós-pandemia

Reunir informações de saúde em ambiente digital colabora com o protagonismo do paciente, mas exige segurança por parte das operadoras

“Em relação à telemedicina, já não falamos mais sobre expectativas de manter esse modelo de atendimento. Ela já é uma realidade: veio com tudo na pandemia e ficou. Foi um hábito que aprendemos e pode reduzir as idas desnecessárias ao pronto socorro”.

A afirmação é do médico Caio Soares, diretor da Teladoc, empresa multinacional de telemedicina e saúde virtual. Definida como o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, a telemedicina foi fundamental durante a pandemia de covid-19, uma vez que permitiu que os pacientes continuassem se consultando com especialistas sem precisar se expor fora de casa.

Entre 2020 e 2021 foram realizados mais de 7,5 milhões de atendimentos via telemedicina no Brasil, segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital. Desse número, 1% foi essencial para salvar vidas e 90% dos pacientes classificaram o atendimento como ótimo ou bom.

O sucesso na experiência fez com que 46% das pessoas que usaram o método afirmassem querer seguir utilizando essa modalidade de atendimento no pós-pandemia, conforme consta em pesquisa realizada pela Capterra, empresa de busca e comparação de softwares da Gartner.

A médica generalista em Telemedicina, Ana Caroline Vicenzi Gonçalves, da health tech Telehybrida, também acredita que a modalidade vai conquistar ainda mais pacientes, especialmente após a regulamentação.

“Já tramita junto ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 1998/2020 que visa regulamentar a telemedicina de maneira definitiva no Brasil. O projeto de lei tem como objetivo definir as regras para utilização da telemedicina de maneira a beneficiar a maior parte da população com segurança na sua utilização. Em razão disso, o uso não só deve permanecer na rotina dos médicos e pacientes como vai aumentar significativamente”, diz.

As vantagens da telemedicina para o consumidor

Os principais benefícios do uso da telemedicina são não precisar se deslocar e, consequentemente, economizar tempo; ter acesso mais fácil a diferentes profissionais e a pedidos de exames e dispor de um histórico de saúde que pode contribuir em novas consultas, bastando acessar um aplicativo.

Durante a pandemia, os atendimentos online contribuíram inclusive para cuidar da saúde mental dos brasileiros. Entre março de 2020 e agosto de 2021, 137 mil psicólogos se cadastraram no e-Psi, plataforma que habilita os profissionais a fazerem sessões pela internet.

As soluções digitais também permitem ao consumidor estar mais no controle do próprio estado de saúde, com a autonomia para monitorar seus dados e, portanto, estarem mais conscientes sobre seus hábitos e o que precisa ser feito para ter uma melhor qualidade de vida. “Cada vez mais os pacientes são protagonistas da própria saúde. Quando há todas as informações reunidas em um ambiente único e seguro, exerce-se ainda mais esse protagonismo”, destaca o diretor da Teladoc.

As vantagens vão, inclusive, além do consumidor. Caio Soares explica que, para os médicos, uma análise de dados mais prática e aprofundada também permite um atendimento mais eficiente. “Às vezes, é necessário encaminhar o paciente para uma avaliação em hospital e ele pode omitir informações, como o uso de medicamentos contínuos ou a existência de comorbidades, o que pode ser prejudicial para iniciar um tratamento. Em especial no caso de covid-19, a interação medicamentosa é muito perigosa, por isso, é imprescindível conhecer o histórico do paciente”.

As possibilidades de melhora na experiência do paciente são muitas e as inovações avançaram com a pandemia. Até fevereiro de 2021, mais de US$ 90 milhões já haviam sido investidos nas health techs, um montante 85% maior do total investido em 2020. O Brasil conta com 747 health techs e 11,85% delas atuam em telemedicina, segundo levantamento da Distrito.

Com as soluções digitais móveis, se o paciente quiser, pode oferecer ao médico um inquérito completo sobre sua saúde, na palma da mão. Até mesmo os dispositivos wearables, populares entre os amantes de esportes, podem contribuir com a medicina diagnóstica por causa dos avanços proporcionados pela inteligência artificial. “Esses dispositivos são vistos como uma extensão do usuário, um recurso que traz mais segurança durante uma atividade física e que auxilia no controle de como cada pessoa está evoluindo com relação a qualidade de vida”, comenta o diretor da unidade de Medicina Diagnóstica da MV (empresa de desenvolvimento de sistemas para a saúde), Christiano Berti.

Coleta de informações melhora a experiência, mas como fica a segurança de dados?

A interação entre médico e paciente por plataformas de telemedicina é capaz de facilitar a rotina de saúde do paciente e a de trabalho do profissional, porém, ela também gera uma gigantesca base de dados, especialmente a partir da alimentação dessas plataformas e outros aplicativos com informações extras.

“De fato, o armazenamento e a avaliação desses dados beneficia o atendimento médico. A Telehybrida utiliza o armazenamento de dados com o auxílio da tecnologia, levando em consideração que os dados de saúde dos pacientes são dinâmicos e, com o auxílio de instrumentos de pesquisas analíticos, existe a possibilidade de coleta e avaliação dos resultados de forma rápida e eficaz”, diz Ana Caroline Vicenzi Gonçalves.

Esses dados são inseridos facilmente através de documentos virtuais, o que facilita o atendimento médico na medida em que as pessoas envolvidas na operação podem cooperar em tempo real para a qualidade dos serviços prestados. “A agilidade no acesso aos dados de saúde pelo médico responsável através do sistema fornecido pela plataforma tecnológica da Telehybrida garante um serviço célere e integral, o que muitas vezes é essencial para um tratamento eficiente”, complementa.

A médica explica que, antes de iniciar a prestação de serviços, a empresa já possuía equipe especializada responsável pela adequação à LGPD, além de contar com um encarregado de dados (Data Protection Officer) que atua como canal de comunicação entre a controladora, os titulares e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados. “Os titulares ainda são informados sobre a finalidade da coleta e também acerca de eventual compartilhamento dos dados com terceiros, hipótese em que haverá a requisição de consentimento específico e destacado a ser fornecido pelo próprio titular”, completa.

Para o diretor da Teladoc, a transmissão de informações sobre um paciente entre profissionais torna muito mais viável o acompanhamento multidisciplinar e um tratamento efetivo. Essa transição pode ocorrer de maneira segura uma vez que é requisito básico, para qualquer empresa que ofereça o serviço de telemedicina, seguir à risca as normas da LGPD.

“As informações pertencem ao paciente, nós apenas somos responsáveis pela guarda. Temos uma equipe de tecnologia especializada em segurança da informação, e além de nosso espaço eletrônico possuir uma política de segurança, há também o treinamento humano”, completa Caio Soares.

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O que esperar da telemedicina?

Para quem experimentou a modalidade e se adaptou bem, as operadoras acreditam que a tendência seja continuar usando a telemedicina para consultas de rotina, triagem, psicoterapia e acompanhamento de diferentes especialistas, como o pediatra.

Segundo a médica da Telehybrida, a telemedicina teve um grande crescimento durante a pandemia no Brasil, mas em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Índia entre outros, já é utilizada há muitos anos, tanto na saúde pública quanto privada. As expectativas para o pós-pandemia seguem a mesma linha de outros setores da economia: um mundo voltado mais para o uso e menos para a posse. “Por exemplo, os serviços on demand, isto é, quando as pessoas acessam quando precisam, pagando somente pelos serviços utilizados”, diz.

Além disso, a saúde também é um segmento que pode somar a necessidade do presencial à velocidade do digital, contribuindo com a experiência phygital do consumidor. “Um outro braço da Telehybrida é auxiliar instituições de saúde a incorporarem a telessaúde em suas operações físicas, de maneira pensada e individualizada”, finaliza Ana Caroline Vicenzi Gonçalves.


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