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4 fatores que estrangulam o e-commerce nacional

4 fatores que estrangulam o e-commerce nacional

Embora ritmo de crescimento seja um dos maiores do mundo, setor ainda enfrenta gargalos

No mundo inteiro o comércio eletrônico vem crescendo rapidamente nos últimos anos. Nos Estados Unidos, as vendas do varejo online alcançaram US$ 231 bilhões (8% do total das vendas no varejo) no ano passado, e a expectativa é de um aumento de 13% neste ano, chegando a USD 261 bilhões. Na Europa, onde o as vendas online já representam 13% do varejo, o faturamento registrado em 2012 foi de ?112 bilhões e a expectativa é que até 2017 chegue a ?191 bilhões, de acordo com a consultoria Forrester Research.

No Brasil, estamos presenciando um crescimento ainda mais vigoroso. Segundo o e-bit, o faturamento do varejo online em 2013 foi de R$ 28,8 bilhões, representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior (22,5 bilhões em 2012). Atualmente as vendas no Brasil representam 3,1% de todo movimento mundial, nos colocando em 7º lugar do ranking global.

Até 2016 devemos ser o quarto maior mercado online do planeta com 4,3% de participação, a frente da Alemanha (3,9%), Rússia (3,6%) e França (3,2%), ficando atrás apenas da China (20,1%), Estados Unidos (15,6%) e Japão (4,6%), de acordo com um estudo realizado pela consultoria italiana Translated. Embora o ritmo de crescimento no Brasil seja um dos maiores no mundo, há espaço para crescer ainda mais. Dentre os gargalos encontrados no setor, podemos citar quatro principais:

1 – Logística

Em um país extenso como o Brasil, em que 90% das entregas utilizam uma malha rodoviária problemática, a questão de infraestrutura é um dos principais gargalos do setor. Além de estradas ruins e o deslocamento difícil nas capitais, ainda temos que lidar com o alto custo dos transportes. Estes problemas ficam ainda mais evidentes em picos como no Natal e dia das mães. Sem falarmos da nova lei da entrega (no estado de São Paulo) que infla o prazo de entrega e encarece os produtos, mas isso é um capítulo a parte.

2 – Acesso à internet

Os dispositivos de acesso à internet e a própria conexão em si ainda são muito caros. No Brasil, as conexões chegam a ser 10 vezes mais caras que nos Estados Unidos, e apenas 45% da população têm acesso à banda larga, segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Entretanto, ao longo dos últimos anos estas condições vêm melhorando.

Com o aumento da área de cobertura, velocidade de acesso e diminuição do custo, presenciaremos um aumento na quantidade de e-consumidores e no número de pedidos realizados, principalmente por dispositivos móveis, que aos pouco vêm ganhando espaço. Nos primeiros seis meses deste ano, a participação dos dispositivos móveis nas vendas subiu de 3,8% (junho de 2013) para 7% (junho de 2014), um crescimento de 84% no período de um ano. Em 2014 foram realizados 2,89 milhões de pedidos, resultando em um faturamento de R$ 1,13 bilhão.

3 – Mão de obra qualificada

Talvez pelo rápido crescimento do setor no Brasil, e pela interdisciplinaridade inerente à maioria dos cargos em um e-commerce, ainda há um grande hiato de profissionais com qualificação e experiência em todos os campos de atuação de um e-commerce. Apesar de contarmos com algumas escolas sérias com bons treinamentos, a quantidade de pessoas qualificadas ainda não consegue atender a grande demanda, levando ainda a supervalorização de alguns profissionais.

4 – Processos operacionais

Muitas operações de e-commerce herdaram processos de lojas físicas, sem planejamento e adequação à operação online. Nesta questão, os gestores precisam estar sempre atentos à otimização de todos os processos (do atendimento a logística). Uma operação sem processos estruturados e otimizados levam à perda de eficiência, e, consequentemente, à margens menores e maior insatisfações nos consumidores.

* Leonardo Alves é diretor de Marketing Digital da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM)

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