O EFEITO DA MENTALIDADE ESG NAS STARTUPS
- Por Melissa Lulio
- 4 min leitura
O ASG, em português, são as práticas de governança de meio ambiente, social e corporativa em uma empresa. O termo foi citado pela primeira vez no relatório Who Cares Wins produzido em 2005 pela Organização das Nações Unidas (ONU). No último ano, mesmo durante a pandemia, Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de investimentos do mundo, publicou a sua tradicional carta anual aos investidores daquele ano e disse que “o risco para a sustentabilidade é um investimento de risco”, bem como incluiu 1,2 mil métricas sobre sustentabilidade e direcionou o foco da sua carteira de US$ 2,7 trilhões em ativos para esta mentalidade. Ao se endereçar aos acionistas neste ano, ele pontuou que, em 2020, as empresas com os melhores perfis ambientais, sociais e de governança superaram os dos seus concorrentes em 81%.
Também na pesquisa Global CEO Outlook Pulse Survey 2021, da KPMG, com 500 CEOs de 11 mercados-chave, 96% responderam que aumentaram o foco no componente social de programas em ESG versus 63% em agosto de 2020. Mas este efeito da nova mentalidade também já está presente no ecossistema das startups brasileiras e de quem investe nelas? Para identificar como esta nova cultura está, o portal Whow! gravou um webinar com Gustavo Vitti, vice-presidente de Pessoas e Sustentabilidade do iFood; Beatriz Vergueiro, responsável por Produtos ESG na XP; e Anna Beserra, CEO da startup Safe Drinking Water for All, que você acessa em primeira mão nesta coluna na Consumidor Moderno.
IMPACTO DO ESG NAS STARTUPS
“Como a sociedade está demandando e os investidores estão procurando por empresas que estão resolvendo problemas sociais, existem startups que já estão nascendo com o foco em resolver estes problemas”, disse o vice-presidente de Pessoas e Sustentabilidade da startup unicórnio brasileira. Um exemplo de empresa da nova economia que já nasceu com o foco no ESG, como o Gustavo abordou, é a SDWforAll, fundada em 2015.
Segundo Anna, esta mentalidade será mais natural nas novas gerações também. “Este é um processo contínuo, com a construção de governança bem-consolidada”, comentou a empreendedora que desenvolve tecnologias hídricas, através da gestão, da geração e do tratamento dos recursos para as regiões áridas do interior dos Estados nordestinos.
Já no quesito dos investimentos, o Brasil está atrás dos Estados Unidos e do continente europeu nas questões de implementação e impacto do ESG, segundo a responsável por produtos no tema na XP. “Esta é uma maratona e estamos nos primeiros quilômetros. Os gestores estão todos se movimentando para implementar os aspectos ESG dentro das análises de investimentos e cada vez mais estes gestores vão exigir que as empresas passem por estes filtros para receberem investimentos”, contou ao completar que a XP captou perto de R$ 800 milhões, nos últimos seis meses, advindos de pessoas físicas no varejo para fundos ESG e de impacto.
GOVERNANÇA PARA OS DIFERENTES ESTÁGIOS DAS STARTUPS
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa desenvolveu, em 2019, um guia para que as startups brasileiras possam abordar as diferentes etapas de governança específicas para cada momento de crescimento. Veja, na sequência, o que é exigido em cada estágio:
Ideação: aqui, já é indicado que se definam as opções de saída e descontinuidade dos sócios em relação ao negócio.
Validação: a parte organizacional, sobre a relação com os clientes e parceiros estratégicos, os indicadores mínimos de resultados e a prestação de contas a terceiros têm início nesta etapa.
Tração: ditar a diferença entre um sócio e um executivo, estruturar o conselho (consultivo ou de administração) e ter práticas de planejamento e controle do negócio estão presentes neste momento do desenvolvimento.
Escala: no momento de maior crescimento da startup, é aconselhado que as práticas de governança estejam consolidadas para manter a sua continuidade.
Assista ao webinar completo.
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