Qual é o perfil do CEO do século XXI?

Esqueça aquele chefe carrancudo. As lideranças do hoje e do amanhã precisarão focar cada vez mais na empatia, no trabalho em equipe e na diversidade. A CM ouviu 12 CEOs para entender o futuro do trabalho.

No primeiro trimestre deste ano, o executivo Roberto Medeiros, CEO da Multiplus, estava se preparando para uma importante reunião a respeito dos resultados da empresa de programas de fidelidade.

Algo rotineiro, mas fundamental para o caminhar do negócio. De repente, o seu telefone tocou.

Do outro lado da linha, um diretor, que também estava escalado para o encontro, passou a relatar uma questão grave: sua mãe estava com sérios problemas de saúde. O executivo, constrangido, perguntou a Medeiros se era possível ele se ausentar da reunião.

O questionamento fez o CEO viajar no tempo. Mais precisamente, 20 anos no passado. Um Medeiros mais jovem teve um problema similar, apesar da gravidade ser bem menor.

Na época em que era diretor na Motorola Solutions, ele precisou escolher entre uma reunião e uma apresentação de dança da filha, que tinha oito anos.

Com vergonha, também foi perguntar ao seu superior na época se poderia participar do encontro de outra maneira, como por telefone.

“Foi aí que o meu chefe disse que dali 20 anos eu não lembraria do tema da reunião, mas que minha filha recordaria o episódio do pai não estar na apresentação dela”, diz Medeiros.

“De fato, não lembro do que se tratava a reunião e dessa maneira percebi que a companhia nunca pode ser mais importante do que a própria pessoa”.