O futuro a um prompt
- Por Marcelo Brandão
É incontestável que um novo ciclo de digitalização nos negócios se iniciou com a Inteligência Artificial (IA) impulsionando os níveis de autonomia nas empresas. No entanto, conhecimento e habilidades com IA são os desafios mais importantes que as organizações terão pela frente para que a tecnologia cumpra aquilo que promete.
Embora a IA esteja se tornando uma parte integral da vida das pessoas e do dia a dia das organizações, é fundamental lembrar que sua eficácia e desenvolvimento ainda são guiados pela inteligência humana.
Essa simbiose entre potencial tecnológico e capacidade humana ganha uma nova escala com avanços tecnológicos significativos com a IA generativa (GenAI), que pode criar textos, imagens e respostas em linguagem natural e tem causado uma verdadeira revolução.
Segundo a Gartner, até 2026, mais de 80% das empresas deverão ter adotado interfaces ou APIs de IA generativa e/ou implementado aplicativos que utilizem essa tecnologia em seus ambientes de produção.
E, com a evolução contínua dessa tecnologia, hoje já se fala em Agentes de IA, capazes de realizar tarefas autônomas; e IA quântica, com o poder de simular situações do mundo real para resolver problemas complexos.
Diante desse cenário, como será a nossa relação com essa tecnologia tão potente no futuro? A IA dependerá mais do humano ou é o humano que dependerá mais da IA? Como trabalhar a abordagem digital na experiência do cliente e manter o toque humano? Pensaremos melhor juntos? Estaremos seguros? Calma! Como diria o irreverente escritor Douglas Adams no clássico O Guia do Mochileiro das Galáxias, “Não Entre Em Pânico”. O que necessitamos é apenas de conhecimento e coragem para navegarmos nesse universo de possibilidades com IA.
Impactos da IA generativa até 2030
- Gerar uma receita de US$ 13 trilhões
- Aumentar em 5% o produto interno bruto (PIB) da américa latina
- Impulsionar um crescimento de 38% na adoção de aplicações com ia na área de saúde nos países latino-americanos
Simbiose homem-máquina e novos desafios

Henry Coutinho-Mason, autor, palestrante, especialista em tendências e “futurista relutante”, afirma que o principal erro da maioria das pessoas ao pensar sobre a evolução dos humanos e da IA é tratar essa evolução separadamente.
“É como imaginar que os humanos ficam parados enquanto as máquinas melhoram.” Ele entende que, além de delegar tarefas, a IA será cada vez mais usada para sermos pessoas melhores. “Isso significa usá-la para encontrar e se conectar melhor com outros humanos e desbloquear maneiras novas, mais rápidas e ricas de colaborar juntos – assim como a própria Internet faz.”
Sobre esse futuro mais colaborativo, que entrega todo o potencial da IA, Cleber Morais, diretor-geral da AWS no Brasil, diz que, mais do que desenvolver habilidades técnicas, “precisamos estar habilitados a uma simbiose homem-máquina, ou seja, a resolver problemas e a fazer boas perguntas”.
“Todos nós teremos de desenvolver nossa inteligência emocional, empatia e ética, para que a tecnologia não agrave ainda mais as desigualdades e a exclusão, além de buscar uma postura aberta ao aprendizado constante, pois a velocidade da inovação só tende a acelerar”, pontua Cleber.
Daniel Lázaro, líder de Data & AI da Accenture para América Latina, é bem objetivo nessa tarefa, e diz que os líderes devem apostar em um modelo mental de “GenAI First” (assim como alguns anos atrás tínhamos Cloud First e, antes disso, o Mobile First). “Precisamos pensar como absolutamente qualquer processo ou atividade pode ser complementado, melhorado ou executado com GenAI”, frisa Daniel.
Fato é que há um futuro cheio de possibilidades com IA. Porém, na visão de Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina, o grande desafio para o crescimento com a tecnologia no Brasil, nos próximos anos, será a qualificação profissional.
“O mercado precisará de uma força de trabalho preparada para lidar com as transformações profundas que a IA trará para os negócios e a sociedade. Sem o conhecimento técnico e estratégico necessário para operar e aproveitar as plataformas de IA, há um risco de não explorarmos todo o potencial dessa tecnologia”, alerta.
Para irmos mais a fundo sobre o futuro entre o potencial humano e a Inteligência Artificial, pedimos para a própria IA apresentar um cenário para os próximos cinco anos da sua aplicação em seis segmentos: Varejo, Financeiro, Saúde, Educação, Aplicativos e Entretenimento.

As previsões feitas pela tecnologia foram analisadas por executivos que atuam nestes segmentos. Eles também compartilharam com a Consumidor Moderno como estão trabalhando com IA, quais são os seus desafios e o que vislumbram para o futuro com a tecnologia.
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varejo
De acordo com as análises feitas por Inteligências Artificiais, o segmento de Varejo no Brasil deve passar por uma transformação profunda nos próximos cinco anos, impulsionado por mudanças no comportamento dos consumidores, por avanços tecnológicos e pela integração cada vez maior entre o físico e o digital.
Decisões orientadas ao consumidor, integração entre canais, busca por sustentabilidade e inovação em experiências físicas e digitais aparecem como cruciais. O desafio será equilibrar a inovação com inclusão e acessibilidade, aproveitando o grande potencial do mercado brasileiro.
Análise da IA para o segmento de VAREJO nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
• Integração Total de Canais:
- Lojas físicas e digitais trabalharão de forma mais integrada, oferecendo experiências fluidas e consistentes.
- Expansão do “compre on-line, retire na loja” e “compre na loja, receba em casa”.
• Aprimoramento Logístico:
- Investimentos em logística para reduzir o tempo de entrega, com destaque para entregas no mesmo dia em grandes centros urbanos.
• IA no Atendimento ao Cliente:
- Uso de chatbots e assistentes virtuais para personalizar a experiência e agilizar as interações.
_ANO 2
Recomendações Inteligentes:
- IA e Big Data serão amplamente usados para prever preferências e sugerir produtos de forma personalizada.
Experiências Imersivas:
- Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR) para permitir que os clientes experimentem produtos virtualmente, como roupas ou móveis.
Marketing em Tempo Real:
- Campanhas personalizadas baseadas em localização, histórico de compras e comportamentos em tempo real.
_ANO 3
Varejo Verde:
- Consumidores demandarão práticas mais sustentáveis, como embalagens recicláveis, cadeias de fornecimento éticas e produtos de baixo impacto ambiental.
Transparência de Origem:
- Ferramentas de Blockchain para rastrear a origem dos produtos e garantir práticas éticas e sustentáveis.
Reuso e Recompra:
- Expansão de modelos circulares, como revenda de produtos usados e programas de recompra.
_ANO 4
Lojas Autônomas:
- Crescimento de lojas sem caixas, nas quais os clientes podem entrar, pegar produtos e sair, com pagamento automatizado.
Robôs:
- Robôs e drones para reposição de estoque, limpeza e entregas em última milha.
Gestão Automatizada:
- IA para prever demanda, gerenciar estoques e otimizar preços em tempo real.
_ANO 5
Varejo Hiperlocal:
- Lojas menores e mais próximas dos consumidores, oferecendo produtos selecionados com base nas preferências da comunidade local.
Eventos e Experiências Físicas:
- Lojas físicas tornam-se mais interativas, funcionando como showrooms, centros de experiências e hubs comunitários.
Metaverso e Varejo Digital:
- Expansão de lojas no metaverso, permitindo que os consumidores explorem e comprem produtos digitais.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento de Varejo são:
- Phygital: Integração de experiências físicas e digitais, com QR Codes, espelhos inteligentes e interações em tempo real.
- Varejo de Assinaturas: Principalmente para produtos de consumo recorrente, como alimentos, moda e cosméticos.
- Social Commerce: Vendas diretamente em redes sociais, com transmissões ao vivo para apresentar produtos e fechar vendas.
- Tecnologias de Pagamento: Popularização de pagamentos sem contato, como Pix, carteiras digitais e reconhecimento facial.
- Inteligências Artificiais: Para prever tendências, otimizar promoções e gerenciar preços dinâmicos.
No entanto, a tecnologia também faz um alerta em relação aos desafios e às barreiras que podem influenciar essas tendências. Entre eles, estão a desigualdade de infraestrutura, como fortes diferenças regionais em conectividade e logística, que podem dificultar a adoção de tecnologias avançadas em todo o País.
A adaptação ao novo consumidor irá demandar, cada vez mais autenticidade, inclusão e práticas éticas, além da concorrência aumentada pela atuação de diferenciação por meio de inovação e atendimento.
Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento de VAREJO?

Bruno Ferreira, CTIO da C&A
“Como vimos na própria análise da IA, nos próximos cinco anos, a tecnologia terá consolidado um papel central no setor de Varejo brasileiro. Não tenho dúvidas disso. Podemos esperar um mercado mais personalizado. Essa automação com IA será amplamente utilizada em diversas áreas e haverá maior colaboração entre Varejo Físico e Digital. A C&A tem trabalhado para democratizar o acesso a tecnologias avançadas de forma prática e quase ‘invisível’ aos consumidores. Mais do que o custo, o grande diferencial está em como priorizamos investimentos e tecnologias de IA capazes de gerar impacto direto na experiência do cliente – o que, por sua vez, se reflete em resultados financeiros positivos para a companhia. Um bom exemplo é o nosso Hub de Inteligência Comercial, que integra esses diversos sistemas de inteligência, criando um ecossistema que, por muitas vezes, em tempo real e com base em bilhões de análises, gera uma melhor experiência para o nosso cliente de forma mais assertiva. Como desafio, entendo que, embora a IA traga eficiência, o Varejo precisa garantir que as interações continuem autênticas, refletindo os valores e as necessidades do consumidor. Além disso, será fundamental ampliar a infraestrutura de dados e garantir a inclusão digital, para que a tecnologia beneficie todas as regiões do País.”

Fabio Faccio, CEO da Lojas Renner
“Com a evolução da IA e esta tornando-se mais acessível nos próximos anos, o Varejo brasileiro terá a oportunidade de proporcionar experiências cada vez mais personalizadas, completas e integradas. Atualmente, com IA, já conseguimos capturar, filtrar e analisar informações a partir de uma infinidade de outras fontes de dados para tomar decisões muito mais rápidas e mais acertadas. Na Renner, usamos a tecnologia em diversas áreas, como para definir o sortimento e o volume de peças distribuídas para nossas lojas. Isso faz a diferença, pois definimos o sortimento e a quantidade de peças de cada produto enviado para clusters de lojas, conforme as previsões dos algoritmos baseadas nas preferências e no histórico de compras dos clientes dos canais físicos e digitais das respectivas regiões. Além disso, utilizamos a IA para fazer recomendações de moda para os clientes dos nossos canais digitais e, em breve, isso acontecerá também nas lojas físicas. Os resultados que já alcançamos com IA mostram que, em poucos anos, o Varejo do passado será aquele no qual os canais físicos e digitais não conversam entre si, em que os serviços deixam a desejar, a produção é quase padronizada, o desperdício é enorme e os hábitos dos consumidores são pouco conhecidos.”

Silvina Mirabella, general manager Retail Brasil da EssilorLuxottica
“Com todos os avanços destacados para o Varejo com a IA, acredito que o maior desafio será garantir que o uso da IA não apenas amplie as possibilidades do Varejo, mas também fortaleça a conexão humana. No futuro com a IA, a palavra é adaptabilidade, já que a tecnologia deve ser um meio para potencializar a experiência, e não um substituto para a empatia e o atendimento personalizado. A IA, sem dúvida, é uma ferramenta poderosa para processar grandes volumes de dados e identificar padrões, mas a intuição e o julgamento humano são insubstituíveis. Na EssilorLuxottica, acreditamos que o futuro está na colaboração entre a tecnologia e o indivíduo, sempre com o objetivo de oferecer o melhor para nossos consumidores. Já utilizamos IA em diversas frentes. O Visioffice, por exemplo, utiliza IA para medir os olhos do cliente de forma precisa, capturando parâmetros essenciais para a criação de lentes personalizadas. Com o Complete Frame, no instante em que o cliente decide quais óculos quer, todo o conjunto de informações relacionadas a ele é enviado simultaneamente ao laboratório e ao Centro de Distribuição, dando início imediato à produção. Além disso, diversas outras ferramentas enriquecem a experiência nas lojas e o atendimento ao cliente, oferecendo uma jornada mais interativa e personalizada, refletindo nosso compromisso em unir tecnologia e expertise humana para elevar a experiência do consumidor.”

Natália Calixto, diretora de Gestão de Valor do Consumidor do Grupo Boticário
“Sem dúvida, nos próximos cinco anos o setor de Varejo no Brasil será transformado de maneira significativa pela integração cada vez mais profunda entre tecnologia e experiência do consumidor. Acreditamos que a chave está em um omnichannel robusto e integrado. A adoção estratégica da IA irá se consolidar como um pilar fundamental, não apenas para aprimorar operações internas, mas para oferecer uma experiência de consumo mais personalizada, ágil e alinhada às expectativas crescentes dos clientes. No Grupo Boticário, a IA já se tornou uma aliada estratégica em diversas frentes. Utilizamos a tecnologia para personalizar a experiência dos clientes por meio de social listening, no atendimento, na criação das fragrâncias, na análise de milhares de dados e no reabastecimento de franqueados, prevendo demandas e sugerindo produtos automaticamente. Também utilizamos a IA para vitrines personalizadas em e-commerce e uso em experiências, para melhor conhecimento de dados não transacionais do consumidor. Um ponto importante dessa análise, e potencial futuro com IA, é equilibrar a personalização e a automação em larga escala com a proteção de dados e a garantia de propriedade intelectual. Isso exigirá investimentos robustos em governança de dados, compliance com regulações como a LGPD e uma comunicação transparente com os consumidores.”
financeiro
O setor Financeiro no Brasil é outro que deve experimentar uma evolução acelerada nos próximos cinco anos, marcada pela expansão de tecnologias digitais, maior inclusão financeira dos consumidores e novos modelos de negócios. O cenário será moldado pela combinação de inovação, regulação e mudanças nos hábitos dos consumidores.
A expansão de fintechs, o Open Finance e o uso de tecnologias como IA e Blockchain transformarão a forma como as pessoas interagem com o dinheiro e os serviços financeiros. Há um grande potencial para o mercado brasileiro liderar na América Latina.
Análise da IA para o segmento FINANCEIRO nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
Fintechs Dominando o Mercado:
- Crescimento contínuo de fintechs oferecendo soluções como pagamentos instantâneos, crédito acessível e investimentos digitais.
- Popularização do Open Banking, permitindo maior portabilidade de dados entre instituições financeiras.
Adoção do Pix 2.0:
- Expansão de funcionalidades do Pix, como pagamentos recorrentes e transações off-line.
Bancarização de Novos Públicos:
- Acesso ampliado de populações não bancarizadas a serviços financeiros, impulsionado por soluções digitais simples e acessíveis.
_ANO 2
Serviços Financeiros Personalizados:
- Uso de IA para criar experiências financeiras personalizadas, como sugestões de investimentos, controle de gastos e análise de crédito baseada no perfil do cliente.
Educação Financeira Digital:
- Crescimento de plataformas
de educação financeira, ajudando os consumidores a gerenciar suas finanças e a tomar decisões mais conscientes.
Microcrédito e Inclusão:
- Expansão de produtos financeiros para microempreendedores e trabalhadores informais.
_ANO 3
Regulação de Criptomoedas:
- Regulatório claro para o uso de criptomoedas, aumentando a confiança dos consumidores e investidores.
Tokenização de Ativos:
- Popularização da tokenização de ativos como imóveis, arte e commodities, permitindo acesso a investimentos fracionados.
Pagamentos com Moedas Digitais:
- Ampliação do uso de moedas digitais emitidas pelo Banco Central para transações cotidianas.
_ANO 4
IA no Setor Financeiro:
- Automação de processos bancários, como análise de crédito, compliance e gestão de riscos.
- Uso de agentes virtuais avançados para interações personalizadas e pessoais com clientes, oferecendo suporte 24/7.
Fraudes e Segurança:
- Tecnologias avançadas, como Blockchain e Autenticação Biométrica, para combater fraudes e melhorar a segurança.
Experiências Omnichannel:
- Integração entre canais físicos e digitais para oferecer experiências fluidas aos clientes.
_ANO 5
Bancos como Plataformas:
- Instituições financeiras tornam-se plataformas de serviços, integrando ofertas de terceiros, como seguros, marketplace e gestão patrimonial.
Hiperpersonalização:
- Produtos financeiros altamente personalizados com base em dados comportamentais e preditivos.
Sustentabilidade e ESG:
- Bancos e fintechs oferecem produtos financeiros ligados a critérios de sustentabilidade, como financiamentos verdes e fundos de impacto.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento Financeiro são:
- Open Finance e Open Data: Expansão do Open Banking, permitindo acesso unificado a informações financeiras de diferentes provedores.
- Embedded Finance: Integração de serviços financeiros em plataformas não financeiras, como e-commerce e aplicativos de mobilidade.
- Bancarização Digital: Crescimento ainda maior de contas digitais acessíveis, especialmente em regiões remotas e comunidades de baixa renda.
- Realidade Aumentada e Virtual: Experiências imersivas para planejamento financeiro e simulações de investimentos.
- Inclusão Feminina no Setor Financeiro: Crescimento de iniciativas e produtos voltados ao público feminino, promovendo maior inclusão e equidade.
Porém, também é necessário ficar atento aos desafios que acompanham as tendências. Nesse sentido, as Inteligências Artificiais destacam educação e confiança do consumidor, desigualdade regional e cibersegurança.
Na prática, será necessário educar os consumidores para aumentar a confiança em novos serviços digitais, além de superar barreiras de infraestrutura em áreas rurais e periféricas, combater ameaças crescentes de crimes cibernéticos e proteger dados sensíveis.
Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento FINANCEIRO?

Marisa Reghini, vice-presidente de Negócios Digitais e Tecnologia do Banco do Brasil
“Não é de hoje que observamos a automação de processos como a grande aposta da indústria para torná-la mais eficiente. A tecnologia tem avançado muito rápido, e acredito que o avanço de Blockchains e a tokenização da economia podem fazer com que o Pix pare de existir ainda na adolescência, um cenário muito diferente do que ocorreu com a TED e o DOC. Porém, alguns desafios ainda precisam ser superados, como a defasagem em relação à educação financeira em nosso País, além de lidar com o avanço do uso da IA, que é intensiva em processamento e, consequentemente, no consumo de energia. Mesmo que tenhamos uma matriz energética limpa em sua maioria, ainda precisamos ampliar nosso parque energético, permitindo o avanço não só no setor Financeiro, mas nos demais setores também. No Banco do Brasil, a IA é uma aliada há muitos anos. Para o Agronegócio, por exemplo, desenvolvemos um modelo de Machine Learning para estimar a probabilidade de clientes realizarem financiamentos de estruturas de armazenagem de grãos, aumentando a assertividade das induções negociais. Para a prevenção à lavagem de dinheiro, foi criado o Assistente de Lavagem de Dinheiro Aladin, um agente conversacional que apoia os analistas com insights valiosos sobre os clientes e suas transações. Além disso, a solução Tesouraria Inteligente moderniza os processos de tesouraria, oferecendo uma visão holística dos riscos financeiros e otimizando as ofertas financeiras neste setor. Também desenvolvemos o Agata, uma ferramenta que auxilia os gestores de carteiras Private e Estilo a orientar seus clientes de forma personalizada nas decisões de investimento. Acredito que humanos e IA podem pensar melhor juntos. No BB, temos visto como a combinação das capacidades humanas com a IA pode gerar resultados valiosos. A IA não vai substituir as pessoas, mas pessoas que usam IA, certamente, terão mais oportunidades e uma performance melhor na busca de crescimento e inovação do que aquelas que não usam.”

Estanislau Bassols, CEO da Cielo
“A análise da IA proposta para o setor Financeiro no Brasil aponta uma evolução bastante plausível. A digitalização avançada, a personalização dos serviços financeiros e a expansão do Open Finance e Open Data são tendências que já estão em curso e devem se intensificar nos próximos anos. É uma cadeia que irá se autobeneficiar, trazendo mais competitividade e nivelando melhor a atuação, que será digital e orientada por tecnologia, inovação e dados em todo o setor Financeiro. Os meios de pagamento, neste cenário digitalizado e omnicanal, consolidam-se como os principais conectores da experiência de compra. Mais do que isso, caminham para se tornarem quase invisíveis, totalmente integrados à jornada do consumidor, trazendo ainda mais conveniência e valor. A IA é uma frente prioritária na Cielo. Os esforços da companhia no tema não estão confinados a uma única área ou departamento específico. Existe uma estratégia transversal que busca disseminar a prática por toda a empresa, desde a operação até a manutenção de maquininhas, a personalização, o marketing e o desenvolvimento de produtos. Ferramentas como a IA prometem ganhos expressivos, mas só geram resultados consistentes quando apoiadas por estruturas bem-definidas e uma governança rigorosa para evitar riscos como vieses algorítmicos, vazamento de dados e ataques cibernéticos. Definitivamente, IA não substitui criatividade, empatia e criticidade humana, mas potencializa a capacidade de análise, eficiência e qualidade. Com essa equação, os negócios tendem a absorver a IA de forma cada vez mais estratégica.”

Carlos Eduardo Mazzei, diretor de Tecnologia do Itaú Unibanco
“Temos dois grandes desafios com IA no futuro, e não apenas no setor Financeiro, mas nos mais variados segmentos. Um deles é o uso responsável da IA. O outro é a sua integração, de maneira que ela complemente e melhore a interação humana, sem substituí-la. Além disso, é imprescindível, cada vez mais, uma cultura voltada para dados, garantindo que todo o negócio tenha acesso às informações necessárias para tomar decisões informadas e estratégicas. No Itaú, são mais de mil modelos de IA em utilização, com aplicações que vão desde modelagem de crédito a interações com clientes nos mais variados canais de atendimento, inclusive no WhatsApp. Ao todo, são mais de 430 cientistas de dados e 60 engenheiros de Machine Learning trabalhando na instituição com foco no desenvolvimento. Temos também cerca de 400 casos de uso com GenAI e mais de 450 profissionais trabalhando com GenAI. As aplicações, que antes estavam voltadas para eficiência em operações internas, amadureceram a ponto de se tornarem soluções que transformam diretamente a experiência dos clientes. Hoje, cerca de 75% de todas as nossas interações em canais de atendimento já se iniciam apoiadas pelo uso de IA, com experiências que vêm sendo aprimoradas a cada dia. Acredito que a IA e os humanos podem sim trabalhar juntos de forma complementar, resultando em um serviço de maior qualidade e eficiência.”

Ana Paula Kagueyama, head de CX LATAM do PayPal
“O setor Financeiro brasileiro está à beira de uma nova era, impulsionada pela IA. Como vimos, na análise da própria tecnologia, acompanharemos uma revolução na forma como as pessoas interagem com serviços financeiros, tornando as experiências mais inteligentes, personalizadas e seguras. Sem dúvida, a hiperpersonalização será um dos principais avanços. No PayPal, já exploramos esse potencial na recomendação de ofertas personalizadas e otimização de pagamentos. Aplicamos Machine Learning para detectar padrões suspeitos e antecipar fraudes em tempo real, e já estamos explorando o uso da IA generativa para aprimorar o atendimento ao cliente, tornando cada interação mais personalizada e eficiente. Os resultados são claros: maior conversão para os comerciantes, suporte mais ágil e uma jornada de pagamento que combina praticidade e segurança. No entanto, a evolução significativa da IA traz responsabilidades crescentes. Como equilibrar eficiência e segurança sem comprometer a experiência do usuário? Como garantir que as decisões tomadas por algoritmos sejam justas, transparentes e livres de vieses? Quanto mais sofisticadas forem as soluções baseadas em IA, maior será a necessidade de educação financeira digital para que os usuários compreendam e confiem nessa evolução. Acredito realmente que o futuro não é sobre humanos contra máquinas, mas sobre humanos potencializados pela tecnologia. O verdadeiro diferencial está na sinergia entre IA e inteligência emocional. As empresas que souberem equilibrar esses elementos não apenas sairão na frente, mas definirão os próximos capítulos da inovação no setor Financeiro.”
saúde
O futuro do setor de Saúde no Brasil será marcado pela integração de tecnologias como IA, robótica e análise de dados, promovendo maior eficiência, precisão e acessibilidade. Haverá uma mudança de foco para prevenção, personalização e conectividade, com desafios centrados em infraestrutura e inclusão social.
Com investimentos certos e políticas públicas alinhadas, o Brasil pode se tornar um líder em saúde digital na América Latina.
Análise da IA para o segmento de SAÚDE nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
Telemedicina Consolidada:
- Regulamentação da telemedicina mais robusta, consolidando esse modelo como parte do sistema de Saúde.
- Crescimento no uso de plataformas digitais para consultas, especialmente em regiões remotas.
Prontuários Eletrônicos Expandidos:
- Hospitais e clínicas adotarão sistemas eletrônicos para centralizar os dados de pacientes.
IA em Diagnósticos Básicos:
- Uso em larga escala de IA para triagem de sintomas e diagnósticos preliminares, como detecção de doenças oculares, dermatológicas e respiratórias.
_ANO 2
Dispositivos de Monitoramento:
- Popularização de wearables (como smartwatches) para monitoramento de saúde em tempo real, integrados com apps que alertam sobre anomalias.
Automação de Processos:
- IA será usada em processos administrativos, como agendamento de consultas e gestão de leitos hospitalares.
Plataformas de Educação:
- Expansão de treinamentos médicos baseados em IA, como simulações realistas para formação e atualização de profissionais de Saúde.
_ANO 3
Medicina Personalizada:
- Análises genômicas tornam-se mais acessíveis, permitindo tratamentos adaptados ao perfil genético de cada paciente.
Prevenção Baseada em Dados:
- IA será usada para identificar padrões e prever surtos de doenças, auxiliando na criação de campanhas de prevenção.
Aplicativos de Saúde Pública:
- Uso de plataformas móveis para rastrear epidemias, disseminar informações de saúde e aumentar a adesão a tratamentos.
_ANO 4
Diagnósticos Avançados:
- IA aplicada à análise de exames complexos, como ressonâncias magnéticas, com alta precisão.
Robótica em Cirurgias:
- Robôs cirúrgicos tornam-se mais comuns em grandes hospitais, aumentando a precisão e reduzindo o tempo de recuperação.
Farmacologia Digital:
- Desenvolvimento de medicamentos otimizados com IA, reduzindo o tempo e o custo de pesquisa clínica.
_ANO 5
Integração Total de Dados:
- Sistemas interoperáveis permitem que os dados do paciente sejam acessados de qualquer lugar, melhorando o atendimento.
Cidades Saudáveis:
- Integração da saúde com infraestrutura de cidades inteligentes, como monitoramento ambiental para prever impactos na saúde pública.
Inclusão Digital na Saúde:
- Acesso ampliado a serviços de saúde digital para comunidades remotas e vulneráveis, reduzindo as desigualdades.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento de Saúde são:
- IA para Diagnósticos e Tratamentos: Detecção precoce de câncer e outras doenças complexas, além do apoio a médicos em decisões terapêuticas.
- Saúde Preventiva Digital: Aplicativos que incentivam hábitos saudáveis e monitoram fatores de risco, como colesterol ou pressão arterial.
- Expansão Genômica: Testes genéticos tornam-se mais acessíveis, ajudando a prever predisposições e a personalizar tratamentos.
- Cuidados Domiciliares: Crescimento no uso de dispositivos de IoT para monitoramento remoto de pacientes em casa.
- Blockchain na Saúde: Para garantir segurança e privacidade de dados sensíveis de saúde.
Para que todas essas tendências se tornem realidade, a IA destaca alguns desafios a ser superados. Entre eles: a infraestrutura precária, principalmente em áreas rurais e regiões periféricas; a necessidade de preparar os profissionais da área de Saúde para as novas tecnologias; a manutenção do equilíbrio entre inovação e proteção de dados sensíveis; e o custo de adoção das novas tecnologias.
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Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento de SAÚDE?

Edgar Gil Rizzatti, presidente da Unidade de Negócios Médico, Técnico e Novos Elos do Grupo Fleury
“Nos próximos anos, a telemedicina estará ainda mais consolidada por regulamentações robustas, ampliando o acesso a consultas e tratamentos, especialmente em regiões remotas. Enquanto isso, a IA será utilizada para diagnósticos mais rápidos e precisos. Também vejo o avanço das análises genômicas contribuindo ainda mais com a personalização de tratamentos, adaptando intervenções ao perfil genético de cada paciente. O Grupo Fleury já tem integrado a IA em diversos processos clínicos e operacionais com excelentes resultados. Entre tantas funcionalidades, vale citar uma técnica que utilizamos chamada ‘aceleração por compressão de sensibilidade’, a qual utiliza IA para acelerar a coleta e o processamento de dados, reduzindo o tempo do exame de ressonância magnética e, simultaneamente, melhorando a qualidade das imagens”.

Igohr Schultz, diretor-executivo Digital do Einstein
“Avalio que o setor de Saúde no Brasil enfrentará dois grandes desafios em relação à IA nos próximos cinco anos: a digitalização completa do setor – um passo essencial para integrar as novas tecnologias de IA – e a equidade no acesso a essas tecnologias, especialmente em regiões remotas e menos desenvolvidas. Também acredito que humanos e IA podem se complementar de forma poderosa, já que a IA tem o potencial de atuar como um copiloto, fornecendo suporte à decisão e otimizando processos. O Einstein tem implementado a IA em diversas áreas estratégicas, trabalhando com o conceito de ‘inteligência ampliada’ e levando em conta que esse uso seja realizado de forma complementar. Esses esforços têm gerado um impacto positivo na experiência e satisfação dos pacientes, além de resultados ligados a uma maior eficiência operacional e precisão diagnóstica, mas, principalmente, na ampliação do acesso e mitigação de iniquidades na saúde.”
educação
A educação no Brasil está em um momento crucial de transformação, com a integração de tecnologias digitais e um foco crescente na personalização do aprendizado. Nos próximos cinco anos, o cenário deverá evoluir significativamente, moldado por avanços tecnológicos, políticas públicas e pela busca por inclusão e equidade educacional.
Há um potencial enorme para que essa modernização ocorra, mas isso dependerá de investimentos estratégicos e esforços colaborativos entre governo, empresas e sociedade.
Análise da IA para o segmento de EDUCAÇÃO nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
Educação Híbrida:
- Consolidação do modelo híbrido (presencial + on-line) em escolas e universidades, com maior aceitação e melhorias nas plataformas digitais.
- Ampliação do uso de ferramentas de colaboração on-line em salas de aula.
Capacitação de Professores:
- Programas de formação para docentes no uso de tecnologias educacionais, como plataformas de ensino a distância e ferramentas de IA.
Infraestrutura Básica:
- Investimentos em conectividade e equipamentos tecnológicos em escolas públicas, especialmente em áreas remotas.
_ANO 2
Aprendizado Personalizado:
- Implementação de sistemas baseados em IA que adaptam o conteúdo ao ritmo e ao estilo de aprendizagem de cada aluno.
Foco na Inclusão:
- Expansão de tecnologias assistivas para alunos com deficiências, como legendas automáticas e softwares de leitura.
Gamificação:
- Uso crescente de jogos educativos para engajar estudantes e melhorar a assimilação de conteúdo.
_ANO 3
Currículos Baseados em Competências:
- Adoção de currículos mais flexíveis e orientados a habilidades práticas, como programação, pensamento crítico e resolução de problemas.
Parcerias com o Setor Privado:
- Colaboração entre instituições de ensino e empresas para criar programas que atendam às demandas do mercado de trabalho.
Educação Vocacional e Técnica:
- Foco em cursos técnicos e formação profissional para atender às necessidades regionais e setoriais.
_ANO 4
Realidade Virtual e Aumentada (VR/AR):
- Uso de VR e AR para criar experiências imersivas de aprendizado, como visitas virtuais a museus ou simulações científicas.
Plataformas de IA para Tutoria:
- Sistemas de tutoria baseados em IA disponíveis para estudantes em tempo real, ajudando com dúvidas específicas.
Análise de Dados Educacionais:
- Uso de Big Data para identificar lacunas no aprendizado e melhorar métodos pedagógicos.
_ANO 5
Educação Globalizada:
- Ampliação de parcerias internacionais, permitindo acesso a cursos e certificações globais on-line.
Cidades Educadoras:
- Integração da educação com iniciativas de cidades inteligentes, como bibliotecas digitais e laboratórios tecnológicos acessíveis.
Educação Permanente:
- Incentivo à formação contínua ao longo da vida, com plataformas que atendam tanto jovens quanto adultos.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento de Educação são:
- Personalização do Ensino: Algoritmos ajustando conteúdos com base no desempenho individual.
- Inteligência Artificial: Assistentes de IA para apoiar professores na correção de tarefas e planejamento de aulas.
- Aprendizado Imersivo: Ferramentas como Realidade Aumentada para criar laboratórios científicos virtuais ou ensinar história por meio de experiências interativas.
- Educação Gamificada: Jogos e aplicativos educativos que tornem o aprendizado mais atrativo.
- Democratização do Conhecimento: Recursos Educacionais Abertos (REA) e plataformas gratuitas para estudantes de baixa renda.
- Alfabetização Digital: Ensino de competências digitais como programação, segurança on-line e pensamento computacional desde o ensino fundamental.
Entre os desafios destacados pelas IAs para essa evolução estão a desigualdade de conectividade e acesso às tecnologias em algumas regiões do País, o preparo dos professores para utilizar as novas ferramentas em sala de aula, a resistência cultural às mudanças no modelo educacional e a necessidade de investimentos contínuos em estrutura e inovação.
Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento de EDUCAÇÃO?

Aroldo Alves, CEO da Estácio e vice-presidente da Operação Presencial e Digital da YDUQS
“Se assumirmos que a IA irá mudar significativamente o mundo, precisamos estar acostumados a pensar novos mundos com um senso ético forte. Compromisso com as pessoas é sempre fundamental nesses momentos em que as possibilidades parecem praticamente ilimitadas. Esses próximos anos serão intensos e determinantes para o futuro de médio prazo. Contudo, sigo convencido de que conseguiremos passar por isso protegendo pessoas e preservando valores. Não é corriqueiro e nada é garantido, mas existe enorme potencial para que mente e máquina permitam saltos fantásticos para a educação, o bem-estar e o futuro de todos nós. Na Estácio, temos hoje mais de cem aplicações de IA em andamento. Temos algoritmos para melhorar nossas avaliações, IA generativa que acelera etapas da produção dos conteúdos digitais e avaliação de resultados acadêmicos em nível individual. Também temos um amplo projeto estruturante, o Scan do Aluno, que se vale de dados vindos dos mais variados pontos de contato, para um entendimento mais profundo não de segmentos, mas de indivíduos e suas necessidades. Apesar de toda a complexidade do tema, especialmente quando se fala da educação, vejo todos os componentes de uma verdadeira revolução com IA. Alinhar esses componentes é nosso grande desafio, e a tecnologia está aqui para viabilizar essa nova etapa do ensino no País.”

Roberto Valério, CEO da Cogna
“IA e humanos podem pensar melhor juntos, já que a IA automatiza processos e oferece rapidez na análise de grandes bases de dados e na identificação de padrões. Mas ela não automatiza a criatividade, a ética e a empatia – tarefa dos humanos. Juntos, esses fatores geram uma combinação de alternativas e soluções cada vez mais completas e inovadoras. Aqui na Cogna, já investimos em projetos que unem a IA e o trabalho humano. Até o momento, temos mais de 120 iniciativas em IA em desenvolvimento. Um exemplo é o Projeto JARVIS (Tutor Digital), que usa IA generativa para sugerir correções de trabalhos para o tutor. No total, estamos liberando 60% do tempo do tutor para estar mais dedicado ao aluno. Um grande desafio nos próximos cinco anos no País será a criação de uma infraestrutura tecnológica capaz de suportar o uso eficiente das ferramentas de IA em larga escala. Além disso, será essencial assegurar que as iniciativas desenvolvidas sejam escaláveis e possam atender a contextos diversos, desde grandes centros urbanos até áreas mais remotas, para maximizar o impacto da tecnologia na jornada de aprendizagem. Outro ponto desafiador é a formação de profissionais para o uso estratégico de IA na educação.”
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aplicativos
Impulsionado pela acessibilidade crescente de smartphones, pela expansão da conectividade e pela integração de tecnologias emergentes como IA e Internet das Coisas (IoT), os aplicativos e marketplaces têm um grande potencial e crescimento nos próximos anos.
Entre as principais tendências estão os superapps, a personalização por IA e a integração com dispositivos inteligentes. Os aplicativos também terão um papel crescente na sustentabilidade e na inclusão social. O desafio será equilibrar inovação, acessibilidade e segurança para atender às expectativas de uma audiência diversificada e exigente.
Análise da IA para o segmento de APLICATIVOS nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
Superapps em Expansão:
- Aplicativos multifuncionais, como o WeChat na China, ganham força no Brasil, integrando pagamentos, compras, serviços de transporte e redes sociais em um só lugar.
Otimização para Pix e Pagamentos Digitais:
- Crescimento de aplicativos financeiros e de comércio eletrônico com suporte total ao Pix e funcionalidades de pagamento por aproximação.
Apps para Serviços Locais:
- Popularização de aplicativos voltados para entregas rápidas e serviços on demand, como beleza, manutenção e saúde.
_ANO 2
Experiência Personalizada com IA:
- Aplicativos adaptam suas interfaces e funcionalidades com base no comportamento do usuário, oferecendo recomendações mais relevantes.
Gamificação em Diversos Setores:
- Uso de elementos de jogos em aplicativos de educação, fitness e finanças para aumentar o engajamento.
Foco em Bem-estar e Saúde Mental:
- Crescimento de apps voltados ao autocuidado, mindfulness e suporte psicológico.
_ANO 3
Conectividade com Dispositivos:
- Aplicativos que interagem com dispositivos inteligentes, como relógios, termostatos e
carros conectados.
Casas Inteligentes:
- Crescimento de apps para gerenciar eletrodomésticos e sistemas de segurança em tempo real.
_ANO 4
AR no Varejo e no Entretenimento:
- Expansão de aplicativos que utilizam AR para criar experiências de compra imersivas ou interativas, como experimentar roupas virtualmente.
Social AR:
- Redes sociais integram mais ferramentas de realidade aumentada para filtros e interações personalizadas.
_ANO 5
Aplicativos Sustentáveis:
- Apps que ajudam usuários a monitorar e a reduzir sua pegada de carbono, como redução de lixo, otimização de transportes e consumo energético.
Inclusão Digital:
- Crescimento de aplicativos adaptados para acessibilidade, com interfaces inclusivas para pessoas com deficiência.
Hiperlocalização e Comunidades:
- Apps que conectam usuários a serviços, eventos e iniciativas locais, promovendo interação em comunidades menores.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento de Aplicativos são:
- Superapps como Pilares do Cotidiano: Hubs únicos para transporte, compras, finanças e redes sociais.
- Assistentes Virtuais: Integração de assistentes de voz em aplicativos para facilitar interações e tarefas diárias.
- Segurança e Privacidade Avançadas: Aplicativos priorizando proteção de dados e oferecendo maior transparência sobre o uso de informações.
- Economia Criativa e NFTs: Aplicativos que suportam criadores de conteúdo, incluindo monetização via NFTs e plataformas colaborativas.
A diferença de conectividade em todo o País também se apresenta como uma barreira para a evolução dos aplicativos. Além disso, as IAs destacam como desafios a fragmentação do mercado, com a saturação de aplicativos com funções semelhantes e a dificuldade para reter usuários, e a necessidade de educar o consumidor sobre o uso seguro e eficiente dos apps.
Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento de APLICATIVOS?

Anna Vidal, diretora de CX do iFood
“Entendo que nos próximos cinco anos a IA terá um papel crucial no setor de Aplicativos, proporcionando interações altamente personalizadas e enriquecidas. Certamente, a combinação entre humanos e Inteligência Artificial será extremamente poderosa. Acredito que a sensibilidade humana, seja do ponto de vista criativo, seja emocional ou artístico, oferece um valor imensurável para treinar e aprimorar a IA. No iFood, desde 2018, incorporamos mais de 150 modelos de IA em nossas operações, obtendo excelentes resultados com assistentes digitais de IA generativa. No cenário do pós-entrega, por exemplo, a empresa costumava lidar com mais de 800 mil solicitações de atendimento por mês, representando cerca de 50% dos contatos. O desafio principal era a incerteza na tomada de decisão durante o atendimento, especialmente para determinar se os problemas estavam relacionados a erros na entrega ou a falhas na comunicação entre as partes envolvidas. Para solucionar esses desafios, desenvolvemos o Almir, um modelo de Machine Learning e IA que analisa diversas variáveis de forma detalhada. Ele é capaz de interpretar cada caso específico, identificando os problemas e fornecendo soluções adequadas para cada situação. Como resultado, conseguimos reduzir nosso índice de cancelamento de pedidos de 80% para 62%, alcançando 77% de assertividade na resolução.”

Felipe Piringer, head de Marketing da Shopee
“Em consonância com a análise da própria Inteligência Artificial, eu diria que o uso da IA é um fator essencial para a evolução do mercado de e-commerce. A união entre pensamento humano e IA impulsiona a combinação de diversas aplicações e nos ajuda a entender possíveis usos futuros de acordo com as necessidades que vão surgindo e problemas que precisamos sanar. Na Shopee, já utilizamos IA em diversas áreas para aprimorar a experiência do usuário e a eficiência operacional. Nossos sistemas de recomendação personalizam ofertas e sugestões de produtos, tornando a navegação mais intuitiva e ágil. No atendimento, a IA otimiza o chatbot, reduzindo o tempo de espera e aumentando a taxa de resolução de consultas. Também usamos a tecnologia em nossas campanhas e em ações pontuais. No fim do ano passado, em nosso comercial de TV, utilizamos a Inteligência Artificial para criar o mundo fantástico Shopee, em que Terry Crews interpretou a paródia da música ‘A Thousand Miles’, por exemplo. Além disso, temos usado IA em peças de FOOH, tanto proprietárias quanto em parceria com algumas marcas. Outra frente em que aplicamos é na prevenção de fraudes, garantindo mais segurança para consumidores e vendedores.”
entretenimento
O setor de Entretenimento no Brasil deverá passar por uma transformação significativa nos próximos cinco anos, impulsionado pela fusão de tecnologias, pela personalização e pela expansão das plataformas digitais.
O metaverso, as experiências imersivas e o streaming dominarão, enquanto a inclusão e a sustentabilidade irão se tornar pilares centrais. O desafio será equilibrar inovação com acessibilidade e garantir que o setor atenda às expectativas de uma audiência cada vez mais conectada e exigente.
Análise da IA para o segmento de ENTRETENIMENTO nos próximos 5 anos
(obtida a partir de interações com o ChatGPT, o Bard e o Copilot)
_ANO 1
Crescimento de Plataformas de Streaming:
- Popularidade contínua de serviços como Netflix e Prime Video, inclusive dos locais como Globoplay.
- Entrada de novos players e maior concorrência, resultando em conteúdo mais diversificado.
Conteúdo Local e Original:
- Investimento crescente em produções brasileiras para atrair audiências locais e globais.
Experiência Personalizada:
- IA usada para recomendar conteúdo com base em hábitos de consumo, criando experiências mais individuais.
_ANO 2
Realidade Aumentada (AR) e Virtual (VR):
- Expansão de experiências imersivas em shows, eventos e jogos.
- Museus e atrações culturais adotando tecnologias interativas para aumentar o engajamento.
Entretenimento Gamificado:
- Uso de elementos de jogos em plataformas de streaming e eventos ao vivo para atrair novos públicos.
Transmissões ao Vivo de Alta Qualidade:
- Avanço na qualidade de lives e eventos híbridos, com maior interação em tempo real.
_ANO 3
Crescimento do Modelo Pay-Per-View:
- Aumento de eventos sob demanda, como shows e partidas esportivas exclusivas.
Expansão de Podcasts e Áudio Digital:
- Podcasts e conteúdos de áudio ganham relevância, incluindo produções narrativas e documentais.
Interatividade em Tempo Real:
- Plataformas permitem que o público influencie o desenrolar de shows, jogos e até séries interativas.
_ANO 4
Entretenimento no Metaverso:
- Lançamento de shows, eventos e interações sociais em espaços digitais imersivos.
- Parcerias entre artistas, marcas e plataformas para criar experiências únicas.
Tokenização de Conteúdo:
- Uso de NFTs para comercializar ingressos digitais, colecionáveis e conteúdos exclusivos.
Comunidades Virtuais:
- Crescimento de comunidades de fãs que interagem e consomem conteúdos de ecossistemas digitais.
_ANO 5
• Produções Sustentáveis:
- Indústria adota práticas sustentáveis, como filmagens com impacto ambiental reduzido e eventos neutros em carbono.
Diversidade no Entretenimento:
- Conteúdos que refletem a pluralidade cultural brasileira ganham destaque, promovendo representatividade.
Hiperpersonalização:
- IA avançada permite criar experiências completamente adaptadas às preferências e aos comportamentos individuais.
Nesse sentido, as tendências promissoras identificadas pelas IAs para o segmento de Entretenimento são:
- Expansão do Entretenimento Interativo: Séries e jogos que permitam ao público decidir os
rumos da história, além de plataformas de conteúdo que integrem votação, desafios e recompensas em tempo real. - Eventos Híbridos e Físico-digitais: Shows e festivais que combinem experiências presenciais com interações digitais em AR ou VR.
- Produção Baseada em Dados: Dados de consumo ajudam a definir quais conteúdos serão produzidos, garantindo maior alinhamento com as preferências do público.
- Conteúdo Educativo e Informativo: Expansão de documentários, séries históricas e entretenimento com viés educativo.
- Inclusão e Acessibilidade: Plataformas que foquem legendas, dublagens e experiências adaptadas para pessoas com deficiência.
Para que todas as tendências se concretizem, as IAs indicam alguns desafios a ser superados. Entre eles estão a garantia de que as novas tecnologias sejam zacessíveis a uma ampla parcela da população, o aumento de plataformas disponíveis – que pode sobrecarregar os consumidores, levando à segmentação extrema –, além da limitação de acesso à Internet em algumas regiões, dificultando o consumo de conteúdos digitais.
Mas, o que pensam os executivos que atuam no segmento de ENTRETENIMENTO?

Paulo Barcellos, CEO da O2 Filmes
“A previsão elaborada pela IA para os próximos cinco anos evidencia uma limitação importante: ela opera dentro do que aprendeu, sem levar em conta o contexto atual nem a realidade brasileira. No caso do streaming, por exemplo, o cenário aponta para uma consolidação. As grandes empresas já captaram uma parcela significativa do público disposto a investir em assinaturas, e o desafio atual é manter esses assinantes em um País marcado por dificuldades econômicas e um excesso de oferta. Da mesma forma, a expectativa de uma transição rápida para tecnologias como VR/AR e o metaverso, especialmente no Brasil, parece excessivamente otimista. Embora esses recursos sejam promissores, levarão anos para se tornarem acessíveis e populares. Assim, seu crescimento ocorrerá de forma pontual, impulsionado por ativações de marketing de grandes marcas, ou será restrito a eventos específicos. Por outro lado, é inegável que a IA irá se tornar cada vez mais central. A popularização de ferramentas generativas, que reduzem custos de produção e abrem espaço para novos formatos, será um dos grandes impulsionadores dessa transformação no Entretenimento. Na O2 Filmes, temos utilizado IA em várias frentes: análise de dados para entender o comportamento do público e definir estratégias de produção; uso de ferramentas de pós-produção e efeitos visuais que aceleram e barateiam processos antes feitos manualmente; e aplicações de IA generativa para prototipar ideias, cenários e até pré-visualizar cenas de forma mais rápida. É na prototipagem de ideias que essas ferramentas são mais úteis hoje em dia. A fusão entre a criatividade humana e as soluções baseadas em IA promete ser o principal motor das mudanças que estão por vir no setor de Entretenimento, permitindo alcançar um novo patamar de inovação. No entanto, há desafios importantes, como a possibilidade de saturar o público com produções muito semelhantes se os algoritmos forem mal utilizados ou se focarmos apenas padrões de sucesso preestabelecidos.”

Pedro Kurtz, diretor de Conteúdo e Operações Américas da Deezer
“A união entre humano e IA é poderosíssima. Na Deezer, além da IA generativa, há muitos anos utilizamos Machine Learning para aprimorar nossos algoritmos de recomendação e personalização de conteúdo. No entanto, nossos sistemas de recomendação de conteúdo são influenciados e treinados também pela curadoria dos nossos editores. Sem o fator humano, a qualidade dessas tecnologias não seria a mesma para os nossos usuários. Essa combinação entre IA e expertise humana nos permite estar sempre à frente quando se trata de música local, novas tendências e novos artistas. Já o avanço da IA generativa é um fenômeno extremamente poderoso para a indústria criativa, e na música não é diferente. Estamos testemunhando um enorme desbloqueio de possibilidades de expressão, permitindo que muito mais pessoas criem e distribuam suas músicas para as plataformas digitais. Esse movimento muda completamente o jogo, à medida que o volume de novas criações cresce diariamente. Por isso, desenvolvemos uma tecnologia para a detecção de conteúdo gerado por IA, permitindo-nos compreender esse fenômeno com base em dados confiáveis e reais, protegendo os direitos dos artistas e sendo transparentes com a audiência. Não nos posicionamos contra a IA, mas é fundamental reconhecer que ela traz não apenas benefícios, mas também desafios para todo o ecossistema musical. Acredito – e espero – que o uso da tecnologia abra ainda mais formas inovadoras de descobrir música nova. Um dos principais pontos de atenção é a qualidade da experiência do usuário nas plataformas, especialmente diante do crescimento exponencial deste tipo de conteúdo.”
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Um elemento poderoso de reinvenção contínua
Como pôde ser visto, apesar de as Inteligências Artificiais ajudarem a “traçar uma rota”, muitas vezes o que o algoritmo diz subestima ou se mostra muito otimista em relação à realidade dos segmentos no Brasil.
No Varejo, por exemplo, os modelos “compre on-line, retire na loja” e “compre na loja, receba em casa”, apesar de serem mencionados pela IA como “passos futuros”, já são comuns há alguns anos. O mesmo ocorre na educação, com o ensino híbrido sendo uma realidade para a maioria dos estudantes, e não algo que ainda irá acontecer.
Exatamente por isso, o fator humano se faz extremamente necessário. É realmente desafiador prever tudo o que seremos capazes de criar e transformar com a IA. O que sabemos, é que, historicamente, a aceleração e o crescimento de novas tecnologias reinventaram o consumo, as marcas, as indústrias e os mercados.
Se fôssemos destilar todo o potencial e a essência do que está por vir sobre inteligência humana e Inteligência Artificial nos próximos anos, a palavra seria eficiência.
Neste momento em que nos deparamos com um vasto universo a ser explorado com essa tecnologia, tão amplo quanto nossa imaginação, temos apenas algumas certezas. Uma delas é que conhecimento se propaga, e a competitividade e as restrições de mercado forçam o desenvolvimento inovador.
A outra, é que enquanto navegamos nesse universo, lado a lado com a IA, somos estimulados a abraçar a curiosidade e a compreender que a coisa mais brilhante nisso tudo talvez seja o fato de que encontramos nessa tecnologia um elemento poderoso de reinvenção contínua.
Em contrapartida, nunca a inovação nos forçou a ter tanto cuidado como agora. E reforçando a célebre frase do escritor Douglas Adams, “Não Entre Em Pânico”, certamente as empresas do futuro terão a IA enraizada ao lado do homem. Isso trará equilíbrio para a inata necessidade de sermos aquilo que somos: incansáveis exploradores.
5 tendências-chave para o futuro com IA
- IAs de Baixo Custo: IAs de código aberto democratizando o acesso à IA com a vulnerabilidade e a segurança em estado de alerta.
- Abordagem Responsável: Postura ética priorizando a transparência, a segurança, a privacidade e a conformidade com as regulamentações.
- Data Centers do Futuro: Aumento no consumo de energia impulsionará a inovação em eficiência energética, transformando os Data Centers.
- Fusões e Aquisições: Aquisição de
startups de IA por grandes empresas, acelerando a inovação e a implementação de soluções baseadas em IA. - Imperativo de Personalização: GenAI desbloqueando experiências individuais em todos os pontos de contato com clientes e elevando as taxas de conversão.
O que será o "passado digital" em CX
Com a IA remodelando a experiência do cliente em diversos setores, algumas práticas serão consideradas o “passado do digital”:
Foco exclusivo em sites e aplicativos: A simples presença on-line com um site ou aplicativo irá se tornar insuficiente. A experiência phygital do usuário e a personalização impulsionada pela IA serão cruciais.
Marketing de massa genérico: Campanhas de marketing não direcionadas e sem personalização serão consideradas ineficazes, dando lugar a estratégias baseadas em dados e IA.
Automação básica de processos: A automação de tarefas simples será considerada rudimentar, com a IA assumindo tarefas mais complexas e estratégicas.
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