Adotar uma mentalidade de futurismo muitas vezes passa despercebido no dia a dia de muitas organizações. Estar disposto a explorar cenários futuros e a abraçar incertezas são qualidades fundamentais e que precisam ser trabalhadas para atender aos desafios globais.
A Timelens, consultoria de dados do ecossistema FutureBrand, olhou mais de perto para essa qualidade das organizações e acaba de lançar o estudo “Future-Proof Score 2024“, que revela as 30 marcas mais “à prova de futuro” no Brasil.
As cinco primeiras marcas do ranking são Nubank, Netflix, Mercado Livre, Amazon e Itaú. Perceba que as quatro primeiras são empresas digitais, uma clara ascensão de negócios que estabelecem o ecossistema digital como a plataforma para relações com consumidores.
Se o futuro seguirá com o digital em crescimento, é preciso entender como diversos fatores e organizações se adaptarão e prosperarão nesse cenário. Para o lançamento do estudo, foi realizado um evento com o tema “Como as marcas à prova de futuro estão navegando os desafios econômicos”, em parceria com a Tendências Consultoria. O evento enriqueceu o debate sobre o futuro das organizações ao apresentar as novas inclinações do mercado e o atual cenário econômico brasileiro.
Para André Matias, CEO da Timelens, uma organização preparada para o futuro é aquela que consegue equilibrar propósito e experiência. “Isso significa ter uma visão de longo prazo, criar um valor sustentável e não ter medo de desafiar a própria categoria. Além de estabelecer uma conexão profunda com o consumidor e oferecer a ele uma experiência consistente, o que faz com que as pessoas realmente se identifiquem com essas marcas”.
Vale ressaltar que estudo mapeou mais de 889 marcas levando em conta aspectos como relevância digital, sustentabilidade e capacidade de criar conexões emocionais com os consumidores. A análise, que combina métodos quantitativos e qualitativos, avalia as marcas em componentes digitais e físicos a partir do entendimento da marca nas lentes de propósito e experiência. O estudo analisou mais de 22,1 bilhões de buscas no Google Brasil, 285 milhões de menções espontâneas nas redes sociais; 38,8 milhões de menções em notícias.
Segundo André, os consumidores valorizam marcas que sabem o impacto que causam no mercado e na sociedade. “Eles estão atentos e cada vez mais exigentes. As marcas que se destacam e permanecem relevantes são aquelas que vão além do básico para impactar positivamente a vida das pessoas, conectando-se de forma autêntica e construindo uma relação de confiança e identificação com seu público”.
Além disso, André avalia que a tecnologia desempenha um papel essencial. “Ela permite que as marcas compreendam melhor o comportamento e as necessidades de seus clientes, fortalecendo os laços de interação no dia a dia. Isso torna algumas marcas não apenas relevantes, mas indispensáveis, pois conseguem antecipar e atender às expectativas de maneira personalizada e contínua”.
Entre os principais destaques do ranking estão cinco nomes: Nubank, Netflix, Mercado Livre, Amazon e Itaú. O Nubank, por exemplo, lidera a lista com um score de 792, impulsionado pela expansão internacional e capacidade de oferecer uma experiência consistente e inovadora aos clientes. A fintech se consolidou como a maior plataforma de serviços financeiros fora da Ásia, com 105 milhões de clientes.
Quanto aos setores mapeados, o de bens de consumo continua a ser o mais representado no ranking, com 10 marcas, seguido pelo varejo [8 marcas] e serviços [4 marcas]. Empresas como Natura e O Boticário destacam-se pelo compromisso com sustentabilidade e inovação, enquanto as de tecnologia, como Apple, Microsoft e Google continuam a moldar o futuro com avanços em Inteligência Artificial (IA) e Realidade Aumentada (AR).
A análise também revela que as marcas que mais desafiam suas categorias são aquelas que investem em inovação tecnológica e na construção de uma visão de longo prazo. Empresas como Mercado Livre e Amazon, por sua vez, se destacam pela capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado, oferecendo experiências únicas e altamente personalizadas para os consumidores.
Por fim, o estudo também observa as marcas que tiveram maior crescimento em relação à edição de 2021. Embora a variação média do ranking de 2024 tenha sido de 1,3%, o que indica uma relativa estabilidade, algumas se mostraram mais empenhadas no compromisso com a declaração de propósito e engajamento frente ao consumidor, neste ano.
Outro ponto que se destaca no estudo são as novas empresas entrantes no ranking de 2024. A inserção reflete uma diversidade de setores, com marcas tradicionais como Banco do Brasil e Petrobras, que mantêm e aprimoram sua relevância para o público ao fortalecerem seus pilares essenciais.
Por outro lado, Hering, O Boticário e Porto Seguro estão se reinventando, transformando seu legado em estratégias focadas na experiência do cliente. Já as asiáticas Shopee e Shein, recém-chegadas ao mercado, rapidamente construíram relevância com estratégias diferenciadas e forte experiência de consumo.
“Para manter a relevância no futuro, vemos dois caminhos fundamentais. Por um lado, marcas que evoluem a partir da sua essência, mantendo-se fiéis aos valores e propósito que as definem e fortalecem sua identidade; e, por outro lado, marcas que sabem desafiar a categoria e mudar os padrões da indústria, criando maneiras de se relacionar com os clientes. As pessoas querem interações autênticas, e isso é o que vai sustentar o sucesso das marcas nos próximos anos”, conclui André Matias.
Veja na íntegra o ranking com as 30 marcas à prova de futuro, abaixo.
| # | Marcas | Setor | Score 2024 | Variação 2024/2021 |
|---|---|---|---|---|
| 1 | Nubank | Financeiro | 792 | 1% |
| 2 | Netflix | Serviços | 773 | 2% |
| 3 | Mercado Livre | Varejo | 755 | 7% |
| 4 | Amazon | Varejo | 747 | 6% |
| 5 | Itaú | Financeiro | 743 | 12% |
| 6 | Natura | Bens de consumo | 742 | -8% |
| 7 | Apple | Tecnologia | 723 | 8% |
| 8 | Microsoft | Tecnologia | 711 | 4% |
| 9 | Tecnologia | 710 | 6% | |
| 10 | iFood | Serviços | 706 | -3% |
| 11 | Adidas | Bens de consumo | 689 | 3% |
| 12 | Spotify | Serviços | 688 | 4% |
| 13 | Samsung | Tecnologia | 680 | -3% |
| 14 | McDonald’s | Bens de consumo | 670 | 1% |
| 15 | Magazine Luiza | Varejo | 665 | -9% |
| 16 | C&A | Varejo | 663 | -5% |
| 17 | Renner | Varejo | 662 | -2% |
| 18 | Burger King | Bens de consumo | 660 | 2% |
| 19 | Coca-Cola | Bens de consumo | 658 | -1% |
| 20 | Redbull | Bens de consumo | 657 | = |
| 21 | O Boticário | Bens de consumo | 656 | NOVA |
| 22 | Nestlé | Bens de consumo | 655 | 3% |
| 23 | Brastemp | Bens de consumo | 654 | 1% |
| 24 | Shopee | Varejo | 653 | NOVA |
| 25 | Porto Seguro | Serviços | 651 | NOVA |
| 26 | Hering | Varejo | 643 | NOVA |
| 27 | Skol | Bens de consumo | 640 | 2% |
| 28 | Shein | Varejo | 639 | NOVA |
| 29 | Banco do Brasil | Financeiro | 638 | NOVA |
| 30 | Petrobras | Energia | 636 | NOVA |
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