A Livraria Cultura, em São Paulo, ficou pequena para tanta história. Mário Gazin, um senhor de 65 anos, ativo, de fala baixa, porém, enérgica, conversava com amigos e admiradores. Ali, ele lançava seu livro “Mário Gazin – A arte de inspirar pessoas e encantar clientes”. A publicação tenta dar conta de quase 50 anos de varejo – uma das histórias mais bem-sucedidas do setor.
Mário Gazin fundou o Grupo Gazin, holding que detém uma rede de varejo, uma fábrica de colchões e um atacado. Ao todo, são 225 lojas e um faturamento anual de R$ 3,1 bilhões.
Desafios, momentos difíceis e muitas vitórias formam a história desse senhor, que começou trabalhando desde cedo, com o pai na lida com o café, no interior do Paraná. Oportunidades o levaram até o dono da Casas União.
Trabalhou como sapateiro, em atendimento e, como em um relance, comprou uma das lojas da rede que estava para fechar, na cidade de Douradina, aos 17 anos. O jipe do pai foi a moeda de pagamento. A partir dali a semente estava plantada para a construção de um império. “Todo homem tem de nascer, viver e plantar uma árvore. E isso eu já fiz muitas vezes”, contou Gazin à NOVAREJO.
“O livro veio como consequência da teimosia do nosso escritor [Elias Awad]. Ele teimou tanto que tinha de fazer e acabei fazendo mesmo. Começamos há dois anos”, diz.
No Conselho do Grupo que criou, Gazin não mostra indisposição. “A gente tem de aprender sempre. Nunca vou ficar sem aprender – até o dia em que eu morrer eu vou aprender”, afirma.
Gazin mostra o orgulho da sua história e deixa um recado para jovens empreendedores. “Eu seria o homem mais feliz do mundo se todo jovem lesse esse livro e fizesse pelo menos uma parte daquilo que eu fiz. Hoje, os jovens têm muitas oportunidades e têm um mundo diferente, todo digital”, afirma.
Sobre fracassos, ele é bem prático. “Eu não vi nenhum homem chegar ao fundo do poço. Você só chega ao fundo do poço no dia em que você morre. Precisamos marcar o mundo e deixar algo maravilhoso”, afirma. Veja como foi o lançamento.
