Ter um animal de estimação é sinônimo de alegria garantida para muitas pessoas. Em 2013, inclusive, o Brasil chegou ao cenário de ter lares com mais cachorros (52,2 milhões) do que crianças (44,9 milhões), segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O amor pelos bichinhos de fato é grande, mas nem sempre leva em consideração as finanças da família, aponta um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Realizada em todas as capitais nacionais, o levantamento mostra que 60% dos entrevistados não se planejaram financeiramente para a aquisição do animal de estimação e 20% gastam mais do que o orçamento permite com compras direcionadas a ele.
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Os principais motivos que levam a estouras as contas são acreditar que o animal merece (30%) e a sensação de felicidade que uma compra para o animal proporciona (24%). Dentre os donos de animais 35% esbanjam nos gastos com alimentos sem se importar com o impacto no orçamento, 22% com serviços de pet shop e 20% com brinquedos. Entre aqueles que não controlam mensalmente os gastos com o animal (26%), as principais razões são o fato de não achar importante ou necessário (37%) e a falta de hábito/disciplina para controlar gastos de forma geral (26%).
No vermelho
A pesquisa mostra que algumas pessoas deixam até de comprar algo pessoal ou pagar uma conta para satisfazer seu bichinho – é o caso de 31% dos respondentes. Gastos com a saúde dos animais também geram esse efeito na vida de 37% dos brasileiros. 71% dos entrevistados nunca deixaram de guardar dinheiro para si ou para a família por causa do animal de estimação.
Ao mesmo tempo, uma parcela de consumidores chegam a ficar com nome sujo por causa de compras com produtos e serviços relacionados a pets (14%). Mas nem sempre isso ocorre por descontrole, como mostram os dados. 73% das pessoas já tiveram gastos imprevistos com seu animal de estimação, principalmente com doenças (54%). 44% já comprometeram seu orçamento ou fizeram dívidas para cuidar da saúde do pet. Outros 50% nunca passaram por essa situação, mas afirmam que se passassem fariam o mesmo.
Para o educador financeiro do Meu Bolso Feliz, José Vignoli, existe um risco em se deixar levar pelo aspecto emocional: “Justamente por ser uma relação de carinho e cuidado, é normal a pessoa querer dar o melhor para o pet, sem se preocupar com valores financeiros. Mas os gastos precisam ser controlados mensalmente, assim como qualquer outra despesa da casa, para não chegar a comprometer o orçamento”, explica. “Uma dica é evitar idas não planejadas ao pet shop e fazer uma lista antes de sair de casa, pensando em adquirir apenas o necessário. Outro ponto importante é formar uma reserva financeira para estar preparado em casos de emergência”.
Cuidados
Entre os entrevistados também existe uma parcela de prevenidos. 19% disseram que planejam parcialmente as contas, levando em conta alguns custos e 17% analisaram se podiam arcar com os custos para criar o animal. A grande maioria (90%) afirma que o gasto dos últimos três meses com seus pets está dentro do orçamento e 69% dizem que costumam controlar os gastos relacionados ao animal.
Oito em cada dez entrevistados (81%) também costumam pesquisar preços antes de comprar produtos e serviços para seu animal de estimação e 38% costumam economizar em coisas para si mesmo para poder comprar o que há de melhor para seu animal de estimação.